terça-feira, 31 de agosto de 2010

GRUPO BILDERBERG - Octopedia.blogspot.com

Para quem gosta de "coincidências" portuguesas:




Na reunião que teve lugar de 3 a 6 de Junho, em Stresa, em Milão, Santana Lopes e José Sócrates estiveram presentes, juntamente com Pinto Balsemão. Curiosamente, Santana seria primeiro-ministro dois meses depois e nem passaria um ano para José Sócrates chefiar o Governo. Outros três intervenientes na crise política de 2004, o Presidente da República, Jorge Sampaio, Durão Barroso, então primeiro-ministro, e Ferro Rodrigues, então líder do PS, também estiveram em reuniões de Bilderberg. Sampaio esteve presente em 1999, na reuniãode Sintra. Durão é um velho conhecido de Bilderberg, tendo estado presente em 1994, 2003 e já este ano, na Alemanha, na qualidade de presidente da Comissão Europeia. Já Ferro Rodrigues esteve presente na reunião de 2003.


Os últimos quatro primeiros-ministros portugueses ascenderam ao cargo após terem participado nos encontros. António Guterres participou, em 1994, na conferência realizada em Helsínquia, na Finlândia, juntamente com Durão Barroso e com o advogado portuense e militante do PSD Miguel Veiga. No ano seguinte, em 1995, após a vitória do PS nas legislativas, Guterres é convidado a formar governo e Barroso, que era ministro dos Negócios Estrangeiros no terceiro Governo de Cavaco Silva, passou à oposição.


Decorridos seis anos, António Guterres demite-se do governo, na sequência da derrota eleitoral do PS nas autárquicas de 2001. Eduardo Ferro Rodrigues assume a chefia do executivo até à realização de eleições legislativas e também a liderança do PS. Jorge Sampaio — também ele um convidado de Bilderberg, tendo participado na conferência de 1999, realizada em Sintra — marca as eleições para 17 de Março de 2002. O PSD ganha as eleições e Durão Barroso, presidente do partido desde 1999, é convidado a formar governo.


No ano seguinte, em 2003, Durão Barroso compareceu no encontro do grupo de Bilderberg, realizado em Versailles, em França. Desta vez foi acompanhado por Eduardo Ferro Rodrigues. Mas perspectivou-se aí uma nova missão para o primeiro-ministro. Barroso não leva o mandato até ao fim e pede a demissão para desempenhar o cargo de presidente da Comissão
Europeia


Em 2004, Jorge Sampaio decide reconduzir o PSD, rejeitando a hipótese de convocação de eleições antecipadas, o que leva Ferro Rodrigues a demitir- se de secretário-geral do PS. Pedro Santana Lopes, então presidente da Câmara Municipal de Lisboa, foi convidado a participar na conferência do grupo Bilderberg, que se realizou no início de Junho, em Stresa, Itália. Um mês depois Santana Lopes forma governo, a convite do Presidente da República. Mas o novo presidente do PSD e novo primeiro-ministro não se deslocou sozinho a Itália. Foi com ele José Sócrates, antigo ministro do Ambiente de António Guterres e que seria eleito três meses depois secretário-geral do PS.



Na delegação portuguesa de 2004, além do sempre presente Francisco
Pinto Balsemão, participou também pela segunda vez numa conferência de Bilderberg António Vitorino. A sua estreia ocorreu em 1996, em Toronto, no Canadá, quando era vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa do Governo de António Guterres. Na altura, também o acompanhou a jornalista Margarida Marante.


Depois da saída de António Vitorino do governo, em 1997, ocupou nos dois anos seguintes o lugar de presidente da Portugal Telecom Internacional e o de presidente da assembleia geral do Banco Santander Portugal. Cargos que deixou para ser empossado como comissário europeu, na Comissão presidida por Romano Prodi. Na reunião de 2004, Vitorino era comissário responsável pela Justiça e Assuntos Internos em fim de mandato e o seu nome era avançado como candidato possível à presidência da Comissão europeia e à eleição de 2006 para a Presidência da República portuguesa.


A estada de Santana Lopes no governo é breve. Dissolvida a Assembleia da República e convocadas eleições legislativas, José Sócrates, já então secretário-geral do PS, conquista a maioria absoluta em 20 de Fevereiro de 2005. Para a conferência Bilderberg, que decorreu em Maio desse ano, em Rottach-Egern, na Alemanha, foram convidados o presidente da Comissão europeia e mais dois candidatáveis, um a uma instância internacional e outro à liderança do PSD.


Durão Barroso acompanhou o seu amigo pessoal Nuno Morais Sarmento, que é, no entanto, ultrapassado em Portugal na corrida para a direcção do PSD por Luís Marques Mendes. Pelo contrário, António Guterres é confirmado em Maio para o cargo de Alto Comissário da ONU para os Refugiados.


Mas Bilderberg serve também para afastar quem não se enquadre nos objectivos definidos. Foi o que aconteceu a Margareth Tatcher ao manifestar reservas a uma crescente integração europeia. O mesmo poderá ter acontecido a Ferro Rodrigues, quando nas eleições de 2004 para o Parlamento Europeu se manifestou contra a venda de 49 por cento do capital da empresa Águas de Portugal. Posição essa que contraria a política comunitária e os objectivos capitalistas. José Sócrates nomeia-o chefe da delegação portuguesa junto da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) em Paris. Os acontecimentos dão consistência à tese da governação mundial capitalista. Daí que se perceba o secretismo que envolve os conclaves de Bilderberg.


Para que o silêncio seja assegurado, participam nos encontros representantes dos maiores grupos de comunicação social, tanto administradores como jornalistas. Mas participam igualmente para se informarem sobre o que interessa à agenda mediática. Entre os portugueses contam-se Margarida Marante (encontro de 1996), Nicolau Santos (1999) Nuno Brederode Santos (1993) e o próprio Pinto Balsemão, patrão do grupo Impresa.

Grupo Bilderberg

Propósito

A intenção inicial do Clube de Bilderberg era promover um consenso entre a Europa Ocidental e a América do Norte através de reuniões informais entre indivíduos poderosos. A cada ano, um "comitê executivo" recolhe uma lista com um máximo de 100 nomes com possíveis candidatos. Os convites são enviados somente a residentes da Europa e América do Norte. A localização da reunião anual não é secreta, e a agenda e a lista de participantes são facilmente encontradas pelo público, mas os temas das reuniões são mantidos em segredo e os participantes assumem um compromisso de não divulgar o que foi discutido. A alegação oficial do Clube de Bilderberg é de que o sigilo previniria que os temas discutidos, e a respectiva vinculação das declarações a cada membro participante, estariam a salvo da manipulação pelos principais órgãos de imprensa e do repúdio generalizado que seria causado na população. A teoria que mais se opõe á teoria oficial diz que o Clube Bilderberg tem o propósito de criar um governo totalitário mundial.

Um Perigo Muito Sério e Real!




Lista das participações dos portugueses nas reuniões Bilberberg:
Francisco Pinto Balsemão, participante permanente desde 1988, é ele que escolhe os portugueses que todos os anos participam.




1988: Vitor Constancio e Francisco Lucas Pires
 1991: Carlos Monjardino e Carlos Pimenta
 1992: António Barreto e Roberto Carneiro
 1993: Nuno Brederode Santos e Fernando Faria de Oliveira
 1994: José Manuel DurãoBarrosso e Miguel Veiga
 1995: Luis Amaral, Maria Carrilho e José Cutilero
 1996: Margarida Marante e António Vitorino
 1997: António Borges e José Galvao Teles
 1998: Vasco Coutinho, Miguel Horta e Costa e Marcelo Rebelo de Sousa
 1999: Joaquim Fraitas do Amaral, João Cravinho, Eduardo Grilo, Vasco Mello, Francisco Murteira Nabo, Ricardo Espirito Santo Salgado, Jorge Sampaio, Nicolau Santos, Artur Santos Silva
2000: Teresa Patrício Gouveia
 2001: Guilherme de Oliveira Martins e Vasco Graça Moura
 2002: António Borges e Elisa Ferreira
 2003: Eduardo Ferro Rodrigues, Jorge Sampaio e José Durão Barroso
 2004: José Sócrates, Pedro Santana Lopes e António Vitorino
 2005: José Durão Barroso, António Guterres e Nuno Morais Sarmento
 2006: Augusto Santos Silva e José Pedro aguiar-Branco
 2007: Leonor Beleza
 2008: Rui Rio e António Costa
 2009: Manuela Ferreira Leite e Manuel Pinho
 2010: Paulo Rangel e Teixeira dos Santos

segunda-feira, 30 de agosto de 2010


"A consciência social" do Governo e do PSD

2010-08-02

Com a obsessão de reduzir o défice de 9,3% para 2%, o Governo, com o voto do PSD, já eliminara as medidas extraordinárias de apoio aos desempregados (prorrogação do subsídio social de desemprego, diminuição dos dias de descontos para aceder ao subsídio de desemprego, entre outras).
Medidas estas adoptadas quando o desemprego não pára de aumentar e os desempregados com subsídio de desemprego não deixam de diminuir (em Fevereiro, 371 mil, em Junho, 353 mil …).
Como se isto não bastasse, o Governo aprovou nova legislação (de mãos dadas com o PSD), que entrou ontem em vigor, e que reduziu ainda mais o apoio às pessoas com rendimentos no limiar da pobreza.
Um exemplo apenas desta insensibilidade: o rendimento per capita de um agregado de 4 pessoas com rendimento bruto de 1000€/mês (formado por 2 adultos, com um desempregado, e duas crianças), era de 250 €; agora, divide-se o rendimento total por 2,7 em vez de se dividir por 4 e o valor per capita passa, como por milagre, de 250 € para 370€…; ora, como para se aceder ao subsídio social de desemprego o rendimento "per capita" tem de ser inferior a 335€, o desempregado desta família vai deixar de ter subsídio social de desemprego…
Por via da insensibilidade social do PS e do PSD, o número dos portugueses com direito a apoios sociais (abono de família, abono pré-natal, subsídio social de desemprego, complemento solidário de idoso, rendimento social de inserção, acção escolar, taxas moderadoras, comparticipações nos medicamentos, etc.) vai diminuir significativamente.
A ornamentar esta política anti-social vem a girândola da falta de dinheiro e da ausência de alternativas. Como se os lucros da Banca e da EDP e os 25 mais ricos de Portugal nada tivessem a ver com isto…

Honorio Novo in J.N.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O Estado Social


Notícias do Estado Social

00h30m

Nos primeiros seis meses deste ano, os cinco maiores bancos portugueses meteram ao bolso 7,7 milhões de euros por dia só em "comissões". Comissões são aquelas quantias que os bancos nos cobram a pretexto de tudo e de nada: para abrir ou fechar um processo, para "manter" uma conta, para obtenção de informações, para a "gestão" de contratos, para o "processamento" das prestações dos empréstimos, pelo seu reembolso antecipado, pela "finalização" dos contratos, pela emissão da declaração a dizer que o contrato acabou, e por aí fora, ilimitadamente, sobre cheques, cartões, transferências, cobranças, empréstimos, depósitos, tudo o que mexa. Quem se admirará que, apesar da "crise", os lucros da banca no mesmo período tenham aumentado escandalosamente em relação a 2009? De admirar (para quem acreditou que os sacrifícios iriam ser "para todos") será verificar que, enquanto os "todos" pagam mais IVA, IRS e IRC e os desempregados e pobres vêm reduzidas as prestações sociais, a banca pagou em 2009, segundo números da própria Associação Portuguesa de Bancos, menos 40% de impostos do que no ano anterior.

Manuel António Pina in Jornal Noticias 27/08/2010

Publicação em destaque

Marionetas russas

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