domingo, 28 de outubro de 2018

WhatsApp, sozinho, não muda o mundo


por Elaine Tavares [*]
 
Teórico da comunicação, o canadense Marshall MacLuhan tem vindo à baila de novo, com seu determinismo tecnológico, pois em função das novas tecnologias que estão transformando o mundo muitos estudiosos da comunicação têm revisitado suas teses. Ele escreveu um livro em 1964 que trazia para o debate a questão dos meios de comunicação, sendo esses meios apresentados como a própria mensagem. Segundo ele o meio no qual a comunicação é propagada acaba sendo ele mesmo um instrumento importante de mudança das relações sociais. Um exemplo usado foi o da estrada de ferro.

Sua disseminação, ligando os lugares, diminuindo o tempo para a chegada de uma carta, por exemplo, acabou extrapolando seu sentido de comunicação e alterando a vida das gentes em todas as esferas da existência. As tecnologias, então, para McLuhan, mudavam a escala, o ritmo e o padrão da vida humana. Assim foi o jornal, o rádio e a televisão. Ele acreditava que se devia estudar mais o meio e não apenas a mensagem que ele dissemina, como faziam os teóricos da época.

Bom, McLuhan estava certo na ideia de que se deveria estudar também o meio, mas errava em pensar que só olhando para o meio se poderia chegar a uma análise correta da realidade que envolve todo o processo comunicativo. Não seria assim tão simplista. A realidade é complexa. Mas, como é comum aos funcionalistas, a tendência sempre foi separar as partes, rejeitando a universalidade da análise.

Hoje, 2018, estamos no meio de um furacão tecnológico. Os meios de comunicação foram alterados significativamente, provocando, desde a popularização da internet, uma mudança concreta na temperatura social e política do planeta. Uma pessoa com um celular esperto (smart) na mão está conectada no mundo e não apenas recebe informações, mas também produz e compartilha. Tudo isso numa velocidade alucinante.

Se fôssemos seguir a proposta de McLuhan – analisando apenas o meio - iríamos verificar parte das importantes mudanças que aconteceram na sociedade com a chegada dessas tecnologias. A vida ficou mais rápida, o tempo de tudo acelerou, as respostas são instantâneas, não há mais separação entre o público e o privado, o individualismo exacerbou, a alienação cresceu e a fronteira entre a realidade e a ficção vai desaparecendo. A internet tem se transformado na via principal da comunicação e o celular esperto é o meio onipresente na vida de um número gigante de seres humanos.

Mas, para além do meio, há uma série de variáveis que também precisam atenção. Como, por exemplo, a possibilidade do conhecimento concreto da realidade e a educação. Lembro que nos velhos tempos de discussão sobre a influência da televisão, ainda no século passado, Umberto Eco insistia no fato de que se deveriam criar espaços para o que ele chamava de "alfabetização para a televisão". Entendia o pensador italiano que se as pessoas conhecessem as artimanhas da televisão teriam muito mais condições de se imunizar contra a manipulação, afinal, notícias falsas sempre foram constantes nos meios comerciais, sob o controle da classe dominante. 

Atualmente, a chance de uma pessoa ser manipulada pela informação falsa cresceu de maneira assustadora. E isso se deve justamente à revolução tecnológica que colocou em cena os novos equipamentos. Mas, é claro que a culpa da manipulação não é do celular esperto. De novo, questões como educação, conhecimento e poder econômico precisam ser agregadas à análise. 

Uma pessoa que compreenda como se dá o processo de dominação no mundo, educada para o uso das tecnologias, terá mais chance de navegar nesse mar de informação que jorra a uma velocidade estonteante. O pensamento crítico não brota como mágica. Precisa de muita leitura, muita reflexão, muito debate. Sem isso, a pessoa segue o fio da confiança. "Se foi fulano ou beltrano, em quem confio, que disse, tá dito". 

A confiança é um ato de fé. Não é um processo de conhecimento. Mas, ao que parece, é o que dirige a vida internética nos dias atuais.

As eleições brasileiras estão mostrando de maneira bem clara como isso acontece. Existe o meio, que fatalmente muda a vida de toda a gente, mas também existe a mensagem fabricada e existe o poder econômico garantindo que essa mensagem feita de mentira, chegue aos celulares espertos das pessoas, pela via da confiança: os grupos de amigos e de família.

Com isso, aderimos mais um elemento de análise, que é a do poder econômico e como ele pode ser decisivo num processo e numa situação em que as pessoas estejam completamente despojadas da ferramenta do pensamento crítico. A guerrilha comunicacional implementada no Brasil não diz respeito apenas a milhões de pessoas que estão enojadas com a política e a corrupção e, portanto, ficam sensíveis aos discursos moralistas.

Estas pessoas são, de fato, importantes reprodutoras das mentiras criadas, mas sem a fabricação dessas mentiras, no texto e na imagem, elas certamente compartilhariam em seus grupos de confiança outras mensagens. O fato é que existem empresas especializadas em fabricar mentiras, existem empresas que roubam os dados disponibilizados nas redes sociais e existem empresas cujo trabalho é disparar mensagens para todos esses dados roubados e/ou comprados.

Todas são empresas, logo, precisam ser pagas para fazer o serviço. E são pagas por quem? Pelos empresários que serão beneficiados com a situação que as mentiras criarão. É o círculo vicioso da dominação. Não se trata de fabricação de pós-verdades, como dizem alguns. É a mentira mesmo, a boa e velha mentira que sempre venceu as "guerras" de todo o tipo. E os meios de comunicação são os veículos perfeitos para a disseminação dessas mentiras.

Quem insiste em dizer que os meios não têm todo esse poder, basta olhar para a história. Guerras são produzidas a partir da semeadura da mentira nos meios de comunicação de massa. Orson Welles colocou os Estados Unidos em estado de histeria com a "Guerra dos Mundos", uma história de ficção de George Wells  transmitida pelo rádio como se fosse uma cobertura jornalística da chegada de extraterrestres, e chegou a levar pessoas ao suicídio.

Naqueles dias, em 1938, o rádio era o nosso uatizapi. Mais no presente podemos falar do famigerado ataque dos EUA aos Iraque, depois de inocular o mundo inteiro com a mentira de que lá havia armas químicas que poderiam destruir o planeta.

Na atualidade a internet potencializa ainda mais esse processo de fabricação de mentiras. Foi assim na chamada "primavera árabe", com a massiva participação do Youtube e do Facebook, criando e disseminando vídeos falsos que constituíram a "verdade" requerida pelos Estados Unidos para destruir vários países em sequência. A mentira tornando-se verdade. Não é pós-verdade, é mentira mesmo.

De novo é importante frisar: os meios não são responsáveis por isso. Os responsáveis são os governos, as pessoas, os grupos de poder. Julian Assange desvendou isso com o seu WikiLeaks, e está com a cabeça à prêmio, sem poder sair da embaixada do Equador em Londres, onde está preso, porque se botar o pé na rua é encarcerado pelos Estados Unidos, que o considera um "terrorista". Quantos no mundo creem nisso? Outro que revelou como se dá o processo de manipulação das mentes com a apropriação de dados via facebook e redes sociais é Edward Snowden, igualmente caçado pelos EUA. A verdade está aí, às claras, mas poucos conseguem ver.

Óbvio que as pessoas submetidas à manipulação não são campos vazios, no qual se plantam as mentiras e elas por si só comandam as vidas. Não é tão simples assim. As pessoas têm suas mentes bombardeadas diuturnamente pela comunicação da classe dominante, seja pelo jornal, rádio, televisão, outdoor, cartaz no ônibus etc... São meios que existem fora da bolha internética e que ainda têm força e incidência, por sua sistematicidade.

Tudo isso vai adubando a mente para que as mentiras encontrem campo fértil onde se instalar e crescer. Nesse sentido, o celular esperto, que é só um meio – poderoso meio - acaba servindo para amalgamar e potencializar todo esse bombardeio ideológico necessário para manter o estado de coisas.

No caso do Brasil, a semeadura do ódio ao PT veio sendo feita desde o segundo mandato de Lula, crescendo exponencialmente a partir de Dilma Rousseff. Foi sistemático e cotidiano e encontrou amparo na materialidade da vida das pessoas, que começou a ruir também em função da crise econômica.

Ancorados em meias-verdades, como os casos de corrupção – alguns verdadeiros, outros não – os grupos de poder foram fertilizando as mentes e preparando o terreno para as eleições deste ano. O que não esperavam era que um candidato, fora do circuito tradicional dos partidos e dos grupos de poder, fosse sintetizar de maneira tão bem acabada toda a carga de preconceito, moralismo, medo e ódio que a classe dominante, de maneira tão profissional, insiste em manter viva para manipular as pessoas segundo seus interesses.

Não é sem razão que a velha elite, apesar do susto inicial, agora já vai se aproximando do candidato fascista, porque reconhece que ele hoje comanda as massas e isso é tudo que interessa. Assim, caso Bolsonaro vença as eleições, não será surpresa ver a direita tradicional governando junto, atuando novamente no sentido de semear mentiras para justificar a sistemática dominação. A culpa dos desastres governamentais sempre será de outro e o repertório de mentiras é sempre renovado, com o auxílio seguro dos meios de comunicação, todos eles.

Contra isso, há que reinventar as formas de intervenção. Lembrando sempre que é a confiança que comanda. Por isso que a relação pessoa/pessoa não pode deixar de existir. É a confiança pessoal que determina a fé das gentes. Nesse sentido, insisto no bom e velho trabalho de base, quando o olho no olho, o conhecimento interpessoal, amoroso e comprometido, faz a diferença.

Hoje, os grupos de uatizapi que disseminam ódio são grupos formados por pessoas que se conhecem, que tem laços afetivos e confiam umas nas outras. Logo, o uatizapi é só o meio que as unifica e comunga. Ele, sozinho, não provoca estragos. É toda essa trama que, usando o uatizapi, se consolida.

Correndo o risco de ser apontada como uma idealista romântica, insisto no trabalho de base, que foi abandonado pelos partidos. Um trabalho desenvolvido por pessoas bem formadas, preparadas, armadas de conhecimento crítico.

A roda da vida não para e, aconteça o que acontecer, a luta segue. Resistimos e resistiremos.
23/Outubro/2018
 
[*] Jornalista e colaboradora do Instituto de Estudos Latino-Americanos da UFSC.

O original encontra-se em www.correiocidadania.com.br/...


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

É tudo um embuste


por Paul Craig Roberts 
 
Um perito israelense em terrorismo e procedimentos de assassínio encoberto explica que o alegado ataque do GRU russo aos Skripals com um agente de nervos supostamente mortal é um embuste completamente óbvio para qualquer um que saiba alguma coisa disto. russia-insider.com/... A narrativa oficial, afirma o perito, é "estupidez sobre estupidez".

Concordo com ele.

A questão é: Por que o governo britânico pensou que se podia sair bem com um embuste tão óbvio? A resposta é que as pessoas nos países ocidentais não sabem nada de nada. Elas vivem num mundo em que a sua realidade é um produto da propaganda que lhe é administrada por "organizações noticiosas" e filmes de Hollywood. Elas só recebem explicações controladas. Portanto, nada sabem acerca de como realmente funcionas as coisas. Leiam o relato do perito israelense para entender a ampla diferença entre o embuste do governo britânico e a realidade de como é conduzido um assassínio.

O perito israelense fez-me meditar na razão porque o governo britânico achou que alguém iria acreditar numa narrativa falsificada de modo tão transparente. Tendo acabado de ler o livro de David Ray Griffin e Elizabeth Woodwort, 9/11 Unmasked , e o livro de 2017 de David Ray Griffin, Bush and Cheney: How They Runed America and the World , a resposta torna-se óbvia. O governo britânico observou as populações idiotizadas do ocidente caírem na narrativa oficial da conspiração do 11/Set na qual uns poucos árabes sauditas, os quais não podiam pilotar aviões e não tinham o apoio de qualquer agência de inteligência, provocaram a falha absoluta de todo o aparelho de segurança dos Estados Unidos – e ninguém foi responsabilizado por esse fracasso total. O governo britânico concluiu que qualquer que pudesse acreditar numa narrativa tão obviamente falsa poderia acreditar em qualquer coisa.

Recordo que cheguei a essa conclusão anos atrás antes de a teoria oficial da conspiração do Relatório da Comissão do 11/Set explodir em pedaços devido aos milhares de cientistas, engenheiros de estruturas, arquitectos de arranha-céus, pilotos militares e civis, primeiras equipes de resgate no local e um grande número de antigos altos responsáveis governamentais tanto nos EUA como no exterior.

A princípio não conectei a trama dos neoconservadores sionistas, esboçada nos seus escritos públicos (exemplo: Norman Podhorttz em Commentary ) de destruir sete países do Médio Oriente em cinco anos (também descrita pelo general Wesley Clark) e a sua declaração de que precisavam um "novo Pearl Harbor" para implementar o seu plano, com o ataque ao World Trade Center. Mas quando observei as torres gémeas explodirem piso a piso ficou completamente óbvio que estes edifícios não estavam a cair devido a um dano estrutural assimétrico e limitado, a incêndios de baixas temperaturas em escritórios que provavelmente nem mesmo aqueceriam a estrutura de aço maciço ao ponto de incandescência. Quando se observam os vídeos vêem-se edifícios a explodirem. É claro como dia. Assiste-se à explosão de cada piso. Vêem-se vigas de aço e outros resíduos voarem para os lados como projécteis. É extraordinário que qualquer ser humano seja tão completamente estúpido a ponto de pensar que o que ele vê com os seus próprios olhos sejam edifícios a caírem devido a dano estrutural. Mas foram precisos muitos anos antes de metade do povo americano perceber que a narrativa oficial era merda pura.

Hoje, inquéritos indicam que a maioria do povo não acredita na propaganda oficial do 11/Set mais do que acreditava na Relatório da Comissão Warren sobre o assassínio do presidente John F. Kennedy, no alegado ataque do Golfo de Tonquim, ou no relatório do almirante McCain (pai de John) apagando a responsabilidade de Israel pela destruição do [navio] USS Liberty e sua tripulação durante a administração LBJ, ou que Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa, ou que o Irão tinha ogivas nucleares, ou nas muitas mentiras acerca da Síria, de Kadafi da Líbia, ou da Somália, ou do Iémen, ou na "invasão russa da Geórgia", ou na "invasão russa da Ucrânia". Mas a cada vez a população idiota, não importa quantas vezes tenha aprendido que os governos lhes mentem inicialmente, acreditou na mentira seguinte, permitindo dessa forma que a mentira se tornasse facto. Dessa forma, as populações idiotas do ocidente criaram o seu próprio mundo de explicações controladas.

Só uma pessoa transtornada poderia acreditar em alguma coisa que qualquer governo ocidental diga. Mas o mundo ocidental tem um enorme número de pessoas transtornadas. Há um monte delas para validar a mentira oficial seguinte. Os loucos ignorantes tornam possível aos governos ocidentais continuarem a sua política de mentiras que está a conduzir o mundo à extinção numa guerra com a Rússia e a China.

Talvez eu esteja a ser demasiado duro com as displicentes populações ocidentais. Ron Unz não é atrasado mental. Mas ele aceitou a narrativa transparentemente falsa do 11/Set até que começou a prestar atenção. Depois de ter prestado atenção, percebeu que era falsa. www.unz.com/runz/american-pravda-911-conspiracy-theories/

Tal como eu, Ron Unz percebeu que movimento 9/11 Truth têve êxito em desacreditar totalmente a narrativa oficial do 11/Set. Mas a pergunta não respondida permanece: Quem fez isto?

Unz diz que foi Israel, não Bush & Cheney. Esta é também a posição de Christopher Bollyn. Parece certo que Israel estava envolvido. Temos o facto dos agentes da Mossad apanhados a celebrarem quando filmavam o colapso das torres do WTC. Obviamente, eles sabiam antecipadamente e estavam preparados prontos para filmar. Posteriormente foram mostrados na TV israelense onde declararam que haviam sido enviados para filmar a destruição dos edifícios.

Também temos o facto dos grandes lucros ganhos por alguém que o governo dos EUA continua a proteger de desvalorizações das acções das companhias aéreas, cujos aviões foram alegadamente sequestrados.

Por outras palavras, o ataque de 11/Set era conhecido antecipadamente, tal como a destruição do edifício 7 do WTC como evidenciada pelo repórter da BBC posicionado em frente do edifício ainda de pé anunciando a sua destruição cerca de meia hora antes que tivesse acontecido.

O argumento de Unz e Bollyn contra Israel é poderoso. Concordo com Unz em que George W. Bush não fazia parte da trama. Se tivesse feito, teria estado no cenário a dirigir a resposta heróica da América ao primeiro, e único, ataque terrorista ao seu território. Ao invés, Bush foi removido do caminho e mantido fora do mesmo, enquanto Cheney manuseava a situação.

Entendo o que Unz está a fazer ao concentrar atenção sobre o principal beneficiário do embuste na narrativa do 11/Set. Entretanto, Cheney e sua corporação, a Halliburton, também se beneficiaram. A Halliburton recebeu grandes contratos generosos do governo estado-unidense para serviços no Afeganistão e Iraque. Cheney, como prova David Ray Griffen, alcançou o seu objectivo de elevar o ramo executivo acima da Constituição dos EUA e do estatuído na lei estado-unidense.

Além disso, era impossível para a Mossad ter êxito num tal ataque sem um alto nível de apoio no governo dos EUA. Só um responsável dos EUA podia ter ordenados as numerosas simulações de ataque efectuadas a fim de confundir os controladores de tráfego aéreo e a US Air Force.

O governo israelense não podia ter ordenado a destruição da cena do crime, a que se opôs o chefe dos bombeiros de Nova York classificando-a como crime. Isto exigia a autoridade do governo dos EUA. As vigas de aço, as quais mostravam toda espécie de distorções que só podiam ter sido causadas por nano-termita foram rapidamente enviadas para a Ásia para reprocessamento. Os fogos intensos e os detritos fundidos nos edifícios que permaneceram durante seis semanas após o seu colapso nunca receberam uma explicação oficial. Até este dia, ninguém explicou como fogos de baixa temperatura, em escritórios abafados que queimaram durante uma hora ou menos, fundiram ou enfraqueceram vigas de aço maciço e produziram aço pastoso seis semanas depois.

Unz está correcto em que Israel se comportou como um bandido. Israel, em resultado do 11/Set, livrou-se de metade dos constrangimentos na sua expansão. Só a Síria e o Irão permanecem e o regime Trump está a pressionar arduamente em favor de Israel, mesmo contra a Rússia, um governo que à sua vontade pode destruir completamente os Estados Unidos e Israel, algo que grande parte do mundo desejaria que acontecesse.

Unz está correcto em que neste momento os totalmente perversos e corruptos governos americano e israelense têm o mundo inteiro no caminho da extinção. No entanto, ele omite a responsabilidade americana, a do perverso Dick Cheney, dos neconservadores sionistas que são a Quinta Coluna de Israel na América, e a absoluta displicência do povo americano que não mostra inteligência ou consciência suficiente para assegurar a sua sobrevivência.
05/Outubro/2018 
 
O original encontra-se em www.paulcraigroberts.org/2018/10/05/everything-is-a-hoax/

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Assange revela a maior ameaça à humanidade

– Último vídeo antes de lhe serem cortados os contactos com o mundo

Julien Assange. Antes de ficar isolado de quase todos os meios de comunicação com o mundo exterior em março, Julian Assange, o fundador da WikiLeaks, que se mantém na Embaixada do Equador, em Londres, partilhou a sua opinião sobre as ameaças que a humanidade enfrenta em relação ao progresso da Inteligência Artificial e à proteção de dados.

Um dos mais famosos denunciantes do mundo, Julian Assange, procurado pelos EUA por revelar documentos confidenciais no seu site WikiLeaks, sobre a guerra do Iraque durante quase dez anos, prevê um cenário sombrio que é "muito instável quanto à civilização tecnológica", afirmando que "não durará muito" por causa da rápida competição no mundo interligado.

"Pode produzir inteligências artificiais muito robustas que podem estar alinhadas com estados. Já vemos isso nos Estados Unidos e na China… essas duas potências vão conquistar todo o mercado. A rápida competição entre elas, com o apoio dos estados por detrás delas e a exacerbação da competição comercial por intermédio da competição geopolítica conduzirão ao desejo incontrolável do crescimento da capacidade da inteligência artificial, que levará a um conflito muito grave ou estupidificante. É essa a maior ameaça", disse num vídeo, gravado antes de ser boicotado totalmente, e publicado pelos organizadores do World Ethical Data Forum , em Barcelona.

Segundo o fundador da WikiLeaks, "essa competição geopolítica, aproveitada pelas maiores empresas de inteligência artificial" está preparada "para acelerar um processo que os seres humanos já não conseguem controlar".

"As instituições [humanas] são criadas para a competição, e ao aumentarem de tamanho e de domínio do mercado, etc., agarram todas as vantagens que podem e vão continuar a acelerar a competição. Tudo o que produzem contém esse ADN. É para aí que caminhamos e é essa a grave ameaça aos seres humanos, em geral, e a todos os negócios. Talvez a resposta a essa ameaça seja as pessoas compreenderem a segurança informática, segurança informática ofensiva", disse Assange na entrevista.

A capacidade emergente de grandes entidades e empresas privadas para continuar a reunir dados maciços das pessoas, juntamente com a aplicação da Inteligência Artificial (IA) também tem desempenhado um papel significativo. Com a Google, o Baidu, o Tencent, a Amazon e o Facebook "praticamente a recolher os conhecimentos da humanidade, quando comunicamos uns com os outros", este modelo clássico, chamado "capitalismo de vigilância" é agora diferente.

"É uma mudança económica muito importante e muito grave. Ou seja, agarrar no modelo de capitalismo de vigilância e transformá-lo num modelo que ainda não tem nome, um "modelo IA" e usar este vasto reservatório para treinar inteligências artificiais de diversos tipos. Isto substituirá não só setores intermédios – a maior parte das coisas que fazemos na Internet, em certo sentido, é uma intermediação mais eficaz — mas controlará o setor dos transportes, ou criará setores totalmente novos", afirmou Assange.

Assange também alertou para a crescente vulnerabilidade dos dados pessoais, que são cada vez mais visados e roubados por criminosos. Além disso, as pessoas têm de negociar a sua relação com todas as principais potências mundiais desde tenra idade. Só "muito poucas pessoas capazes tecnicamente conseguem viver à margem", o que "cheira um pouco a totalitarismo", é a opinião de Assange.

"Esta geração está a nascer agora… é a última geração livre. Mal acabam de nascer, imediatamente, ou no prazo de um ano, ficam conhecidos a nível global. A identidade deles, de uma forma ou de outra – em consequência da idiotice dos pais, que publicam o nome e as fotos no Facebook ou em consequência das aplicações de seguros ou do passaporte – torna-se conhecida de todas as principais potências mundiais. É uma situação muito diferente da anterior", afirmou no vídeo.



21/Setembro/2018
O original encontra-se em sputniknews.com/... . Tradução de Margarida Ferreira.

Esta notícia encontra-se em http://resistir.info/ .

Publicação em destaque

Marionetas russas

por Serge Halimi A 9 de Fevereiro de 1950, no auge da Guerra Fria, um senador republicano ainda desconhecido exclama o seguinte: «Tenh...