quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Foram utilizados explosivos no 11/Set


por Craig McKee [*]
 

Colapso do WTC7. Pela primeira vez desde sempre, um organismo eleito nos Estados Unidos declara que está "para além de qualquer dúvida" que explosivos – não impactos de aviões e incêndios isolados – destruíram as três torres do World Trade Center em 11 de Setembro de 2001.

Comissários do Distrito de Bombeiros (Fire District) da Franklin Square e de Munson, localizados próximos de Queens, Nova York, aprovaram por unanimidade uma resolução histórica em 24 de Julho [de 2019] que clama por uma nova investigação a todos os aspectos do 11/Set e que menciona "evidência esmagadora" de que foram plantados explosivos em todas as três torres antes do 11/Set. A resolução declara que os Board of Fire Commissioners do distrito "apoiam plenamente um abrangente grande júri federal de investigação e acusação de todo o crime relativo aos ataques do 11 de Setembro..."

"Foi um assassinato em massa", disse o comissário Christopher Gioia numa entrevista. "Três mil pessoas foram assassinadas a sangue frio". Gioia, que escreveu e apresentou a resolução, diz que o número de mortos no seu departamento devido aos eventos daquele dia foi devastador. Os membros Thomas J. Hetzel e Robert Evans morreram no Piso Zero no 11/Set. Outros, incluindo os comissários Philip Malloy e Joseph Torregrossa, ficaram doentes devido à exposição ao ar tóxico durante operações de resgate e recuperação.

"Nós não deixamos nossos irmãos para trás", disse Gioia. "Não vamos esquecê-los. Eles merecem justiça e vamos fazer com que a justiça seja feita".

Desde que um amigo o alertou vários anos atrás para o colapso aparentemente inexplicável do Edifício 7, Gioia tem dedicado sua paixão e tempo à investigação do assunto. Ele descobriu que apesar de serem apenas fogos pequenos e isolados só nuns poucos pisos, o edifício de 47 andares veio abaixo simetricamente, dentro do seu próprio terreno, em apenas menos de sete segundos no 11/Set.

A investigação oficial do colapso foi conduzido pelo National Institute of Standards and Technology (NIST) – uma agência tutelada pelo Departamento do Comércio dos EUA – o qual de algum modo concluiu que incêndios normais de escritório foram responsáveis pela falência da estrutura. Mas as descobertas de investigadores independentes do 11/Set a trabalharem com Architects & Engineers for 9/11 Truth (AE911Truth) posteriormente forçaram o NIST a admitir que o edifício veio abaixo numa queda livre durante pelo menos um terço da sua queda de sete segundos. Isto é algo que só podia acontecer se todas as colunas de suporte falhassem virtualmente em simultaneidade. Apesar desta admissão, o NIST apegou-se à sua conclusão original.

Gioia decidiu entrar em acção quando soube que o Comité de Juristas para Inquérito ao 11/Set (Lawyers' Committee for 9/11 Inquiry) havia submetido a Geoffrey Berman, o Promotor para o Distrito Sul de Nova York, uma petição contendo evidência poderosa que contradiz a narrativa oficial do 11/Set. Berman concordou em cumprir a lei que dele requeria arrolar membro de um grande júri especial para examinar esta evidência. Embora ainda não o tenha cumprido, o Comité de Juristas continua a pressionar.

Estudo de universidade confirma que incêndios não foram a causa

A resolução do distrito de bombeiros não é o único desenvolvimento dramático na frente do 11/Set nos últimos dias e semanas. Em Março, um processo conjunto federal foi lançado contra o FBI pela AE911Truth, pelo Comité de Juristas e por membros de famílias vítimas do 11/Set. Ele sustenta que a agência falhou em desempenhar uma avaliação obrigatória do Congresso quanto à evidência conhecida do 11/Set que não fora considerada pela Comissão do 11/Set.

E talvez o mais poderoso passo em frente tenha sido dado em 3 de Setembro com a desde há muito aguardada divulgação do importante Estudo do Edifício 7 – Uma reavaliação estrutual do colapso do World Trade Center 7 ( Building 7 Study – A Structural Reevaluation of the Collapse of World Trade Center 7 ) pela Universidade do Alasca Fairbanks (UAF). O estudo de quatro anos, dirigido pelo Dr. Leroy Hulsey, Ph.D., e dois outros investigadores, é uma "análise de elementos finitos" que utiliza modelação por computador baseada nas plantas originais dos edifícios. Sua finalidade é determinar se a explicação oficial para a destruição do Edifício 7 se mantém de pé. Não se mantém.

O sumário executivo do estudo declara: "... incêndios não podiam ter causado enfraquecimento ou deslocamento de membros estruturais capazes de iniciar quaisquer das hipotéticas falhas locais que se alega terem disparado o colapso total do edifício, nem podiam quaisquer falhas locais, mesmo se tivesse ocorrido, ter disparado uma sequência de falhas que teriam resultado no colapso total observado".

Isto leva Hulsey e seus colegas a dizer: "É nossa conclusão, com base nestas descobertas, que o colapso do WTC 7 foi uma falha global envolvendo a falha quase simultânea de todas as colunas do edifício e não um colapso progressivo envolvendo falhas sequenciais de colunas através do edifício".

A minuta do estudo de Hulsey foi divulgada em Fairbanks, Alasca, e em Berkeley, Califórnia. Comentários acerca da minuta foram recebidos até 15 de Novembro . A versão final será divulgada no princípio de 2020.

Este é o mais recente movimento para divulgar a verdade acerca do 11/Set a um público muito mais vasto e obter justiça tanto para os que morreram naquele dia como para os que morreram nas guerras subsequente que foram lançadas utilizando o 11/Set como justificação.

"Eu diria a quem neste país acredita que é hora de se posicionar; que não se pode deixar isto passe em branco", diz Gioia. "Porque se eles matam 3.000 pessoas, o que não farão a seguir?"

Para mais informação acerca das evidências, ver os sítios web de Architects & Engineers for 9/11 Truth e do Lawyers' Committee for 9/11 Inquiry . Ver também o texto da resolução do distrito dos bombeiros e o Estudo Edifício 7 .

[*] Jornalista, canadiano, colaborador de AE911Truth e criador do sítio web Truth and Shadows ( truthandshadows.com ).

O original encontra-se em commonground.ca/explosives-used-on-9-11-say-commissioners/


Este artigo encontra-se em https://resistir.info/ .

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Sun Tzu em Teerão


por Alastair Crooke [*]
 
Cartoon de Aroeira. O Irão não acabou. O general Hajizadeh, comandante da Força Aeroespacial do IRGC, disse ontem num briefing que o ataque "foi o ponto de partida de uma grande operação ". Ele também sublinhou que "os ataques não se destinavam a causar fatalidades: pretendíamos [ao invés] assestar um golpe na máquina militar do inimigo". E o Pentágono está a dizer, também, que o Irão intencionalmente evitou as tropas americanas nas bases. Isso equivale ao Pentágono admitir que o Irão pode lançar mísseis com extrema precisão a uma distância de várias centenas de quilómetros – além disso, isto ocorreu sem que qualquer míssil tivesse sido interceptado pelas forças dos EUA. Evitar totalmente alvejar soldados numa grande base militar não é tarefa fácil – sugere uma precisão de um metro ou dois – e não dez metros – para os mísseis iranianos.

Não é esta a questão? Isto sugere que avanços nos sistemas de orientação do Irão permitem lançar mísseis com extrema precisão . Não vimos algo semelhante acontecer recentemente na Arábia Saudita (Abqaiq)? E não estava claro a partir de Abqaiq que os extremamente caros sistemas de defesa aérea dos EUA não funcionam? O IRGC demonstrou satisfatoriamente que eles e seus aliados podem penetrar nos sistemas de defesa aérea fabricados nos EUA, utilizando mísseis "inteligentes" produzidos internamente e através do uso dos seus sistemas de guerra electrónica.

As bases dos EUA na região – em resumo – agora representam infraestrutura vulnerável dos EUA – e não força. O mesmo vale para aquelas dispendiosas frotas de porta-aviões. A mensagem iraniana era clara e muito pertinente para aqueles que entendem (ou querem entender). Para os outros, menos estrategicamente conscientes, pode parecer que o Irão deu um soco militar e mostrou fraqueza. Realmente, quando você acaba de demonstrar a capacidade de reverter o status quo militar, não há necessidade de tocar trombetas. A própria recepção da mensagem é em si a "bofetada" para uma "máquina militar". Primorosamente calibrada: evitou a guerra frente a frente. Trump desistiu (e alegou êxito).

Então, está tudo acabado – tudo resolvido? Tudo terminado? De modo algum. Tanto o líder supremo como o general Hajizadeh disseram (efectivamente) que o ataque representava um arranque – "um começo". Mas grande parte dos media de referência – tanto no Ocidente quanto em Israel – tem um "ouvido mouco" cultural quanto à maneira como o Irão administra a guerra assimétrica – mesmo quando claramente explicitada.

A guerra assimétrica não é uma competição para "mostrar quem tem maior pau". É mais como David e Golias. Golias pode esmagar David com um soco, mas o último é ágil; de pés rápidos, dança em torno do gigante – fora de seu alcance. David tem vigor, mas o gigante move-se pesadamente ao redor e é facilmente irritado e exauridoo. Finalmente, até uma pedrinha bem direccionada – nem mesmo um Howitzer – deita-o abaixo.

Ouça atentamente a mensagem iraniana: se os EUA se retirarem do Iraque, conforme solicitado pelo Parlamento iraquiano, e conforme o seu acordo com o governo de Bagdad, e depois "partirem" da região, a situação militar será facilitada. Contudo, se os EUA insistirem em permanecer no Iraque, as forças americanas sofrerão pressão política e militar para o abandonar – mas não do estado iraniano. Ela virá dos habitantes daqueles estados nos quais as forças americanas actualmente estão posicionadas. Neste ponto, soldados americanos podem ser mortos (embora não por mísseis iranianos). É a opção da América. O Irão mantém a iniciativa.

Os líderes iranianos têm sido muito explícitos: a "bofetada" do ataque à base de Ain al-Assad não é a retaliação pelo assassínio do general Soleimani. Ao contrário, é a campanha que consiste na guerra amorfa, quase política, quase militar, a guerra assimétrica à presença da América no Médio Oriente é que foi dedicada como adequada à sua memória.

Este é David a dançar ao redor de Golias. O assassinato de Soleimani revigorou e mobilizou milhões num novo fervor de resistência (e não apenas os xiítas, a propósito). E a destruição da soberania do Iraque pela resposta do presidente Trump à votação no parlamento iraquiano (pedindo que as forças estrangeiras deixem o Iraque) criou um novo paradigma político que nem mesmo os mais pró-americanos do Iraque podem ignorar facilmente. É – notavelmente – uma missão não sectária (remover forças estrangeiras).

E Israel, após a auto-congratulação inicial (entre os netanyahuístas), entendeu que o Irão 'intensificou' e não 'retrocedeu'. Ben Caspit, o veterano analista de segurança israelense, escreve :
"A carta do general William H. Sili , comandante das operações militares dos EUA no Iraque, extravazou e foi rapidamente disseminada entre as mais importantes figuras da segurança de Israel em 6 de Janeiro ... O conteúdo da carta – que os americanos estavam a preparar-se para se retirarem do Iraque imediatamente – disparou todos os sistemas de alarme em todo o Ministério da Defesa em Tel Aviv. Mais ainda, a publicação estava prestes a desencadear um "cenário de pesadelo" israelense em que, antes das próximas eleições nos EUA, o presidente Donald Trump evacuaria rapidamente todas as forças americanas do Iraque e da Síria.

"Simultaneamente, o Irão anunciou que está de imediato a interromper seus vários compromissos respeitantes ao seu acordo nuclear com as superpotências, retornando ao enriquecimento de urânio em alto nível de quantidades ilimitadas e renovando seu impulso acelerado para alcançar capacidades nucleares militares. "Sob tais circunstâncias", contou uma importante fonte da defesa israelense [Caspit], "Nós realmente permanecemos sozinhos neste período mais crítico. Não existe cenário pior do que este para a segurança nacional de Israel ... Não está claro como esta carta foi escrita, não está claro porque veio a público, não está claro para começar porque foi escrita. Em geral, nada está claro no que diz respeito à conduta americana no Médio Oriente. Levantamos todas as manhãs frente a novas incertezas".
O impeachment do presidente dos EUA lançado pela Câmara dos Deputados deixou Trump muito vulnerável ao rebotalho sionista e evangélico no Senado dos EUA, cujos votos no entanto serão essenciais para a tentativa de Trump de permanecer no cargo quando os artigos de impeachment forem transferidos para o Senado. E a um julgamento em que Trump deve bloquear os democratas que se aliem a quaisquer rebeldes republicanos para conseguir um voto de dois terços de "culpado''. A alavancagem do impeachment tem sido usada várias vezes para pressionar Trump a actuar no Médio Oriente de modo directamente contrário ao seu interesse eleitoral – que permanece dependente de manter mercados em crescimento – e em conversas de um acordo comercial com a China.

O que Trump mais precisa agora (em termos de campanha eleitoral) é uma desescalada com o Irão – uma que atenuasse a pressão política dos sectores neo-con e evangélicos, e lhe permitisse exibir os mercados de activos inflacionados.

Mas é exactamente isso que ele não conseguirá.

As tentativas de Trump de conter a resposta iraniana ao assassinato de Soleimani foram rejeitadas categoricamente por Teerão. As missivas nunca foram abertas, nem lhes permitiram chegarem a falar com mediadores. Não há espaço para negociações, a menos que Trump levante sanções e os EUA se comprometam novamente com o JCPOA. Isso nunca irá acontecer. Agora haverá imensa pressão de todos os lobbies de Israel para que os EUA permaneçam no Iraque e na Síria (conforme comentários de Caspit). E o fantasma da "vingança" de Soleimani assombrará as forças americanas na região durante os próximos meses, se não anos.

O Irão – sabiamente – evitou o conflito militar directo de Estado para Estado, em favor de uma guerra mais subtil e perniciosa contra a presença dos EUA no Médio Oriente – uma guerra que, se bem-sucedida, irá remodelar a região.

Não, isto não está acabado. Está destinado a escalar (mas de um modo assimétrico). Trump permanecerá esmagado na morsa de senadores patifes.
15/Janeiro/2020
 

[*] Antigo diplomata britânico.

O original encontra-se em www.strategic-culture.org/news/2020/01/15/reading-sun-tzu-in-tehran/


Este artigo encontra-se em https://resistir.info/ .

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