segunda-feira, 28 de março de 2011

América Latina volta às aulas: surge a nova Escola das Américas.

Agora dissimulada como uma rede educacional


Durante as décadas de 1970 e 1980, a Operação Condor assumiu na América Latina a maciça eliminação de combatentes, principalmente, dos comunistas, utilizando as torturas, violentos desaparecimentos e assassinatos, além da implantação de ditaduras. Vários ditadores latino-americanos cursaram e foram treinados na famigerada Escola das Américas, agora sediada no Fort Bening, no Estado da Georgia (EUA).


Hoje, a denominada rede educacional Academia Internacional para o Cumprimento da Lei (Institute for Law Enforcement Administration/Ilea), assumiu de forma mais dissimulada o papel da Escola das Américas. No dia 9 do mês passado, Hector Timmerman, ministro de Relações Exteriores da Argentina, denunciou a existência de um "pacote" de aulas de torturas e técnicas de golpe de Estado oferecido a policiais argentinos pela Ilea em um de seus centros educacionais, sediado em El Salvador.

Timmerman assemelhou a Ilea com a famigerada Escola das Américas, na qual, foram treinados por várias décadas indivíduos como o terrorista e, posteriormente, agente da Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA Luis Posada Cariles, e muitos outros assassinos dos serviços especiais dos EUA.

Sob o título "Denúncia do ministro do Exterior da Argentina provoca revelações sobre as escolas de terror", a rede alternativa Rebelion trouxe mais revelações sobre o tema. Segundo denúncias do investigador Frank Flores, "a rede educacional Ilea dispõe de vários institutos para treinamento de policiais e militares em modernas técnicas de repressão, funcionando em Budapeste (Hungria), Bangcoc (Tailândia), Gaborone (Botswana), San Salvador (El Salvador) e Russel (Novo México/EUA)".

Ainda, de acordo com as denúncias de Flores, "Benjamin Cuellar, diretor do Instituto de Direitos Humanos da Universidade Centro-Americana de El Salvador, constava da folha de pagamento da Ilea".


Obra de Clinton


Prosseguindo, Flores revela que "os recursos da rede educacional Ilea e a famigerada Escola das Américas provêem da mesma fonte" e destaca que "neste momento estão sendo treinados na Ilea agentes policiais e militares do México, Guatemala, Honduras, Colômbia, Argentina e alguns outros países das Américas, enquanto papel protagonista desempenha o centro de treinamento da Ilea para América do Sul, situado em Lima (Peru), onde estão sendo treinados agentes policiais e militares para repressão de movimentos guerrilheiros e o "combate do terrorismo"".

O planejamento da Ilea foi aprovado pelo "democrata" então presidente dos EUA, Bill Clinton, e inclui troca de informações ou, mais precisamente, espionagem. Da Ilea de San Salvador são escolhidos os "alunos" mais capazes e enviados ao Fort Bening, onde militares latino-americanos são treinados em práticas de repressão e torturas. Em seguida, são enviados para aperfeiçoamento ao Fort Guacatsa, no Estado de Arizona, onde foram treinados os militares torturadores das prisões do Iraque.

"Constitui ironia - diz Flores - o fato de que a "sucursal" da Ilea em San Salvador encontra-se em Santa Tecla, cujo prefeito é membro da Frente Farabuto Marti de Libertação Nacional (FFMLN). Também, o ministro de Relações Exteriores de San Salvador, Ugo Martinez, jamais manifestou sua oposição à instalação desta academia em seu país".

A Ilea instalou-se em San Salvador por ocasião da assinatura do Acordo de Livre Comércio com a América Central e o Caribe (Cafta), a pretexto de segurança militar. Contudo, as ações da CIA e a posição do Governo Funes, de San Salvador, já criaram violentas reações da FFMLN, que apoiou a eleição de Funes.





Cortar gastos com desemprego elevado é um erro, diz Krugman

O Prémio Nobel da Economia cita Portugal como um exemplo deste erro. Prioridade deveria ser criar empregos. Corte de gastos numa economia em depressão profunda é contraproducente, mesmo em termos puramente fiscais.


Na sua habitual coluna no The New York Times, o Prémio Nobel da Economia Paul Krugman cita Portugal como um exemplo do erro que consiste em reduzir a despesa pública quando existe um desemprego elevado.


O exemplo da queda do governo português devido à questão da austeridade é citado ao lado do exemplo irlandês, onde os juros da dívida ultrapassaram pela primeira vez os 10%, e do Reino Unido, que reviu para baixo a sua previsão económica e para cima a previsão de défice.

O que estes países têm em comum, diz Krugman, é que estão a demonstrar “que cortar gastos numa situação de desemprego elevado é um erro”. Os que defendem a austeridade, observa o Nobel da Economia, “previram que cortar gastos traria dividendos rapidamente na forma de aumento de confiança, e que haveria poucos, se algum, efeitos adversos sobre o crescimento e o emprego; mas eles estavam errados”.

Para o economista, os problemas deveriam ser enfrentados em sequência, com uma concentração imediata na criação de empregos, combinada com uma estratégia de longo prazo de redução do défice.

“Por que não reduzir os défices de imediato?”, questiona Krugman. E responde: “Porque os aumentos de impostos e cortes nos gastos públicos iriam deprimir ainda mais as economias, agravando o desemprego. E o corte de gastos numa economia em depressão profunda é contraproducente, mesmo em termos puramente fiscais: qualquer economia obtida é parcialmente contrabalançada pela menor receita, e a economia encolhe”.

O Prémio Nobel da Economia lamenta que a estratégia que recomenda tenha sido “abandonada perante riscos inexistentes e esperanças infundadas”.

Depois de descrever o clima político existente nos EUA como um em que os defensores dos cortes orçamentais “querem punir os desempregados”, Krugman prevê: “os contos de fadas sobre a confiança não nos salvarão das consequências dos nossos disparates”.




quinta-feira, 24 de março de 2011

Sem comentários!

Jeremy Morlock admitiu fazer parte de uma "equipa da morte" que simulava situações de combate para poder matar civis afegãos. O soldado norte-americano de 23 anos declarou-se culpado e admitiu que o grupo matava afegãos desarmados por desporto.


Segundo o The Guardian, Morlock admitiu a um tribunal militar que ajudou a matar três afegãos desarmados, num caso que originou uma onda de choque a nível internacional. Em confissões gravadas para os investigadores, algumas transmitidas em televisões dos EUA, Morlock deu detalhes como ele e outros membros da brigada Stryler montaram e simularam situações de combate. O objectivo do grupo era matar civis que não representavam qualquer ameaça, escreve ainda o mesmo jornal. Quatro soldados ainda enfrentam julgamento devido a este escândalo.

Os soldados aparentemente guardaram partes dos corpos das vítimas como troféus. Nesta semana, a revista alemã Der Spiegel divulgou fotos de soldados americanos, incluindo Morlock, a pousarem junto a um corpo de um jovem afegão, como seu ele fosse um troféu de caça.





quarta-feira, 23 de março de 2011

Contra a irracionalidade.

As notícias não são animadoras. Mas há quanto tempo é que as notícias o não são? Vivemos no interior de muitos medos e parece que ninguém é capaz de os aniquilar ou, pelo menos, de os atenuar. Possuímos uma larga, histórica, dir-se-ia que fatal experiência do medo. Temos sobrevivido entre a resignação e a revolta cabisbaixa. Entretanto, fomos alimentando a esperança, sempre fugidia, de que as coisas iriam melhorar. Os dias de amanhã seriam melhores e mais belos. Tivemos uns fogachos de alegria, seja dito; porém, há quem deteste que sejamos felizes, mesmo mitigadamente.


Ao que leio e ao que me dizem sábias criaturas, o Governo vai cair. O estrondo não será grande. Já se previa. O pior é que o pior está para vir. E o putativo substituto de Sócrates não o esconde. O pouco que resta do 25 de Abril, Passos Coelho encarregar-se-á de remover.

A preguiça, a indiferença e, até, a cobardia podem explicar as razões por que chegámos aonde estamos. Ainda conseguimos concentrar energias para encher praças e avenidas com os nossos protestos. Não têm servido para muito. A democracia portuguesa está reduzida a um funcionamento processual, que limitou, dramaticamente, os horizontes das nossas escolhas, dos nossos valores e dos nossos sonhos. Recalcitramos, mas de muito pouco nos vale.

No tempo do fascismo os estribilhos eram, entre outros: "Quem manda?", "Salazar! Salazar! Salazar!" E as respostas, em forma de certezas inabaláveis: "Quem viva?", "Portugal! Portugal! Portugal!" Simultaneamente, a submissão, e o seu suporte simbólico. São os netos de Salazar que se encontram no poder. O sentido de pluralidade, que dá corpo e razão à democracia, foi abreviado pela homogeneidade e pela unificação de interesses do PS e do PSD. A queda do Governo é, apenas, o episódio comezinho da substituição de rabos nas cadeiras.

Atingimos uma situação extraordinária: somos dissidentes de nós próprios. A "democracia da desconfiança" atingiu-nos com tal violência que ficámos incapazes de nos desembaraçar da tenaz, astutamente formada pelos dois "mais importantes" partidos. "Mais importantes" porquê? E os outros? São, apenas, elementos decorativos? Não fazem parte da participação (que deveria ser permanente) dos cidadãos nos domínios políticos?

O mal-estar, generalizado, em que sobrevivemos, atingiu, até, as nossas pessoais afectividades (a capacidade de ser afectados) e o impulso dominante é o de admitir as coisas como elas se apresentam. Decepção, incerteza, insatisfação. À irracionalidade de um poder que se desdobra por dois partidos, temos de encontrar métodos que se lhe oponham. Aceitando os perigos daí advenientes. Obedecer aos antigos valores é tarefa perigosa - porém imperiosa. A desobediência é um desses valores.



por Baptista Bastos, DN, Março 2011




terça-feira, 22 de março de 2011

CONTRA O ACORDO ORTOGRÁFICO!… AINDA É POSSÍVEL TRAVÁ-LO!

São, como nós, CONTRA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO???…

Se sim, fiquem a saber que EXISTE UMA FORMA DE TRAVAR O ACORDO e que ainda podemos ir a tempo. Tudo é possível.

Só temos de fazer duas coisas: dar uma assinatura, e ESPALHAR PELOS AMIGOS. Quer em papel, quer reencaminhando este texto/ email. Espalhem por todos os que conheçam a ver se ainda vamos a tempo.

Neste site www.PortuguesPt.com têm tudo explicado, e links para o site do movimento.

Leiam o site, é rápido. Ele explica o que fazer. E tem links para o movimento. Está tudo escrito.

E, POR FAVOR, REENCAMINHEM ESTE TEXTO/ EMAIL!!!

Mesmo que não assinem, ao menos REENCAMINHEM O TEXTO/ EMAIL, porque o segundo que perdem com o "forward" poderá ajudar a nossa língua.

A nossa Língua Materna agradece!


Para quem acha que o Acordo Ortográfico é bom, ficam aqui algumas razões que mostram o contrário:

1. Este é apenas o 1º de outros acordos que se seguirão; diz-se até que este foi insignificante e que, se este prosseguir, os outros serão imparáveis. O que virá nos próximos? Se lá se fala "tu quer" (Gaúchos) ou "você quer" acho que iremos um dia falar igual. Entre outras coisas.

2. O "C" de Directo serve para algo. Para os Brasileiros é mudo porque eles acentuam todas as sílabas como os Espanhóis. Nós não, precisamos de ter o "C" para nos dizer que "directo" é lido como "diréto", senão seria como coreto ("corêto"), cloreto ("clorêto"), luneta ("lunêta"), não dizemos "lunéta" nem "cloréto" nem "coréto" não é? Vamos ler "direto" como? "dirêto"? Enfim, o "C" serve para algo cá, no Brasil não, mas cá serve. Ou sem o "P" em Baptismo ficar "bâtismo" como "batida" já que é o "P" que abre a vogal? Será melhor em vez desta regra do "C" e "P" dizermos antes às crianças e estrangeiros que têm de decorar uma lista de centenas de palavras de excepção onde se deve ler "Á" sem ter o "P" ou "C", etc, ou mais fácil ensinar a regra do "P" e "C"?

3. Vai ser bonito falarmos Egipto com o P e lermos Egito sem o P. E como as crianças aprendem o que é Egipto na escola e não em casa (não andamos a falar no Egipto a crianças de 3 ou 4 anos), irão aprender a falá-lo como "Egito" sem "P", mesmo que os pais falem com "P" (eu falo o "P" em Egipto, por acaso). Prova de que a escrita alterará a fonética.

4. Vamos ensinar um Inglês como? Dizer-lhe «olhe, você aqui lê EGITO mas NESTE CASO específico, fale "EGIPTO", finja que existe lá um "P" imaginário, finja que é como o "EGYPT" do seu país, mas escreva só "EGITO", não tente perceber, o Português é assim! E, olhe, há egípcios, egiptólogos, tudo tem P mas no Egipto é EGITO, sem "P"!» — É isto que vamos dizer ao ensinar Português? Obrigá-los a decorar palavras de "excepção à regra"?

5. E que mal tem "pêlo" ter o acento? É mais bonito escrever: "agarrar o cão pelo pelo"?...

6. Não há qualquer desvantagem em em existir Português-PT e Português-BR, como há Inglês diferente em UK e USA (doughnut e donut), como com o Espanhol onde "coche" na Espanha será "carro" na América do Sul, etc. Cá só há desvantagens e custos com o Acordo. Seremos o único ex-colonizador a escrever e falar como a colónia (por algum motivo obscuro). Não nos entendemos assim? Só pouparíamos dinheiro e neurónios.

7. Peçam a um Brasileiro para dizer "Peniche" após pronunciarmos a palavra e verão o que sai de lá ao tentarem-nos imitar. Isto porque o Português-PT tem muito mais riqueza fonética e até linguística que o Português-BR. Aprendemos facilmente o Português-BR e eles não aprendem tão facilmente o Português-PT porque lhes falta essa prática no range maior de sons que a nossa língua contém, havendo até quem diga que somos os melhores a aprender línguas e sotaques no mundo devido à riqueza da nossa língua. Vamos aproximar-nos do Português-BR porquê?

8. Corretora Oanda, que movimenta triliões e é a maior corretora cambial do mundo, traduziu os seus manuais para Português-PT. Isso mesmo, nada de Acordo, nada de Português-BR. Português-PT. Porque vamos nós andar a alterar o Português e mostrar-lhes que afinal fizeram a escolha errada? Entre muitas outras empresas…

9. Querem que os livros escolares de 2012/13 sejam já com o novo acordo. As crianças serão ensinadas neste primeiro passo a lerem e a escreverem de forma diferente. Não é assim opcional a mudança, como nos querem fazer querer. A mudança é obrigatória, é imposta nas escolas, já está nos media, etc. Não podemos escolher continuar como estamos porque daqui a uns anos será mesmo errado. Os Brasileiros cortam "C" e "P" e podem ler da mesma forma, nós não! Esqueçam a dupla grafia...

10. O que é que o povo mandou? Inquéritos em que 65% das pessoas rejeitaram o acordo, 30% não sabem o que é e o resto diz que sim? E que, salvo erro, 28 em 30 universidades e editoras consultadas disseram que não? Além de muitos linguistas? Porque é que é aprovado o acordo contra a vontade do próprio povo? Mesmo uma petição com 120.000 assinaturas foi apresentada a 50 deputados dos quais 49 faltaram e uma apareceu e ignorou. Para ir mesmo à Assembleia, só com uma Iniciativa Legislativa de Cidadãos (ILC)!

11. Os Portugueses devem estar mesmo no fundo! A falar do glorioso povo do passado e ninguém quer saber da língua?!… Os Espanhóis nunca aceitariam um acordo destes para os obrigar a falar como os Argentinos! Os Bascos são apenas uns 100.000 ou 200.000 a falar Basco, nunca desistiram até ao fim e agora têm até a língua Basca como oficial no seu pequeno "país". Só o Português é que deixa andar, desleixa a língua e deixa que outros façam o que querem dela...

12. Estamos nós a defender letras como "C" em "Directo", que realmente não são inúteis, têm a sua função, e lá fora há línguas que mantêm letras desnecessárias, como "Dupond" ou "Dupont", em Francês, que nunca apagaram nem apagarão o T só porque não é lido!! Vamos apaga-las porquê? Somos burrinhos e é difícil percebermos para que servem e por isso cortamo-las?

13. Há mais falantes nativos de Inglês mais Espanhol juntos (Espanhol mais ainda que Inglês), que passam de um bilião de nativos, e mais de 2 biliões de falantes não nativos das mesmas, do que os 200 milhões de Brasileiros. Estarmos a afastar a língua de 2 biliões de pessoas para ficarmos mais próximos do Brasil é disparate. Mais uma vez, para facilitar a vida aos Brasileiros, vamos dificultar a vida a quem quer aprender Português lá fora e tornar a língua inconcisa como visto acima. Vejam: "Actor" aqui, "Actor" no Latim, "Acteur" no Francês, "Actor" no Espanhol, "Actor" no Inglês, "Akteur" no Alemão, tudo com o "C" ou "K", e depois vêm os Brasileiros com o seu novo: "Ator" (devem ser influências dos milhões de Italianos que foram para o Brasil e falam "attore"). Algumas outras: Factor, Reactor, Sector, Protector, Selecção, Exacto, Baptismo, Excepção, Óptimo, Excepto, etc, "P", "C", etc. Estamos a fugir das origens, do mundo, para ir atrás dos Brasileiros. Quanto amor não?

14. Alguém quis saber do resto das colónias que não falam da mesma forma que os Brasileiros? Só ao Brasil é que interessou o Acordo (já que Portugal foi quem cedeu). Tenho amigos Angolanos que dizem falar como no Português-PT e não querem o Português-BR nem o Acordo e nem foram consultados! É só o Brasil o dono da língua?

15. O Galego-Português da Galiza, o da variante da AGLP, é mais parecido com o Português de Portugal neste momento que o próprio Português-BR. Os Brasileiros têm alterado a língua sem se preocupar com o resto do mundo, porque é que temos de ser nós a pagar pelos seus erros e prepotência?

16. ODEIO instalar um software e ver que vem tudo em Português do Acordo; e fóruns, também, em que uma votação é uma "ENQUETE" (sei lá como foram inventar isto?!…), em que um utilizador é um "usuário", em que apagar é "DELETAR" (do "Delete" Inglês, por incrível que pareça nos seus dicionários), ou Printar, ou etc. Por vezes sou obrigado a utilizar "softwares" em inglês para aguentar... Como haverá agora Português-PT e -BR ao gosto de cada um, se só existirá um "Português"? Eu quero sites e softwares que eu entenda e na minha língua e isso SÓ É POSSÍVEL mantendo o -PT e o -BR separados! Senão será tudo misturado para sempre! E depois lá vamos nós "enquetar" (votar) e coisas assim (enquetes = votações)...

17. A prova do ponto 16, é que o próprio Google Translator já só tem o "Português" e tudo o que escreverem ficará no Português-BR. Até "facto", que ainda não mudará, já aparece lá como "fato". É bom que nos habituemos pois será o que virá nos próximos acordos, bem como "oje", "abitação", etc.

18. No Brasil, mesmo não sofrendo as alterações que temos, há milhões contra o acordo também por coisas tão insignificantes como o acabarem com o "trema"!!! Vejam na net!! E nós com alterações tão brutais, ainda estamos contentes e sem fazer nada!!!

19. Existirão sempre pseudo-intelectuais em todas as línguas que irão dar a vida pelo acordo (sem querer ofender ninguém), achando que é o ideal, e que salvará o país e que dará emprego ao país, e até que sem isto a língua Portuguesa morre e haverá um "Brasileiro". A variante Português-BR nunca poderia ser uma língua independente como "Brasileiro" só pelas alterações que fazem, não há esse perigo, teria de ser radicalmente mudada (nunca acontecerá) de propósito para o efeito. Não inventemos. A variante Português-BR nunca poderia ser considerada outra língua. E não deixem que pseudo-intelectuais nos tratem como burros só porque defendemos a língua. Tudo o que é chico-esperto e pessoal com manias irá para a defesa do acordo (existirão também pessoas decentes a defendê-lo é certo).

20. Nada impede que haja uma espécie de concordância mais simples em que digam apenas que incluímos palavras deles e nossas num dicionário universal mas SEM IMPOR regras a ninguém, e que no futuro cada um dos países só alterará a SUA PRÓPRIA variante com acordo dos outros, sem impingir aos outros essas mudanças, apenas para evitar que as mudanças no Brasil possam ir ainda mais longe e arruinar ainda mais o Português das restantes colónias. Nada impede isso.

21. Com o Português unido, qual será a bandeira oficial? Já vejo por todo o lado a bandeira do Brasil no Português, mas se tivesse a brasileira para Português-BR e a portuguesa para Português-PT, ainda era aceitável, apesar de sabermos que só há uma bandeira oficial que é a Portuguesa. Mas é difícil impedir o patriotismo brasileiro, e com tudo unido, haverá a tendência das empresas para adoptarem a bandeira do país que tem mais população, o Brasil. Mais valia termos variantes!

22. Cada vez que me lembro que por lá já escrevem quase todos "mais" em vez de "mas" (porque falam no fundo "mais" com o sotaque e eles têm a tendência de passar para a escrita a forma como falam), no futuro não será de admirar que nós sejamos em futuros acordos obrigados a escrever também: "eu fui lá, MAIS não vi ninguém"! É que, no Brasil, há a tendência do que se fala passar para a escrita, com o tempo... "Presidenta" já está nos dicionários, só falta transformarem um dia o "Presidente" em "Presidento"… era só o que faltava!... Já há muito tempo que o Brasil anda a adulterar a língua sem ninguém intervir e agora ALTERAM A NOSSA!

23. EXISTEM FORMAS DE TRAVAR ESTE ACORDO! Petições ou clicarmos num LIKE no Facebook não fazem nada. Há uma ILC em movimento que será entregue em breve, prazo final para impedir esta desgraça. É chato porque temos de imprimir um miserável papel e enviá-lo, porque é para a Assembleia, mas quem é que diz ser contra e fica sem agir? Se 20 pessoas assinarem, fica a 2 cêntimos cada o envio dessas assinaturas por correio. É só colocar num marco de correio! Houve uma ILC antes, e entrou na Assembleia, e anulou uma lei de Arquitectura. As ILC's podem ter esse poder. É uma forma do POVO LEGISLAR. Do povo criar leis e acabar com leis. O Governo fez isto sem apoio de ninguém e nós podemos tentar fazer algo para o corrigir. Quem é o Governo para legislar sobre a língua, ilegitimamente?

24. Há mil outras razões para dizer não ao acordo, mas... para quê? Estas não chegam?…

25. Para terminar fica uma frase de Edmund Burke: "Tudo o que é necessário fazer para que o mal triunfe, é que os homens bons nada façam. "Neste caso, tudo o que é necessário fazer para que o Acordo triunfe, é que NÓS continuemos à sombra da bananeira e deixarmos o tempo passar. Porque o Acordo foi aprovado e, se ninguém lutar contra ele, ele já cá anda.

Se estas razões forem suficientes para vocês, então vamos agir. Basta uma assinatura e as instruções estão no site acima.
Nada é garantido à partida, mas vamo-nos ficar sem dar luta??…
Se não quiserem assinar, por favor, enviem aos vossos contactos!

SOMOS PORTUGUESES. TEMOS O DIREITO E O DEVER DE MANTER A NOSSA LÍNGUA

segunda-feira, 21 de março de 2011

Atacar a forma, esconder o conteúdo.

No meio da imensa retórica a que o país assiste, fica clara a falta de respeito de Sócrates pelas instituições democráticas e o normal funcionamento dos órgãos de soberania em Portugal. O comportamento autoritário de Sócrates não oferece dúvidas nem sequer é surpresa para quem o tenha observado nestes seis anos de Governo. Sendo esta ideia pacífica - incluindo para muitos membros do PS -, importa perceber por que é que a Direita centra as suas críticas ao PEC 4 na forma e muito pouco nos seus conteúdos.


Por exemplo: ouviram Portas ou Passos Coelho verberar a proposta do PEC 4 para despedir de forma fácil e barata? Estão o PSD e o CDS contra Sócrates por ele permitir indemnizar só com 4 meses de salário um trabalhador com 20 anos de casa (em vez da indemnização ser de um mês por cada ano de trabalho efectivo)? Estarão - Portas e Coelho - a favor ou contra os inquilinos passarem a ser "expulsos rapidamente" e o arrendamento totalmente liberalizado (como diz o PEC 4)? [E por que é que nenhum deles diz que estas propostas nada têm a ver com o défice ou com a dívida pública?] Estarão contra ou a favor que os aumentos de salários - quando "voltarem a ser permitidos" - passem a ser feitos abaixo da inflação anual? E estão contra ou a favor de mais um programa de encerramento de escolas e de centros de saúde?

E, já agora, falemos das pensões: o PSD diz que é obsceno congelar as reformas mais baixas. Então por que razão é que o PSD votou, de forma também obscena, o congelamento dessas pensões em 2011?

Estes e outros exemplos explicam bem as razões pelas quais o PSD e CDS se centram em críticas de forma ao PEC 4 e procuram fazer esquecer os conteúdos de mais este assalto à mão armada à bolsa dos portugueses mais pobres.


por Honorio Novo, JN, MArço 2011
hn@pcp.parlamento.pt



sábado, 19 de março de 2011

Ou são estúpidos ou criminosos!

[…] esta ideia [de austeridade] não é inteiramente correcta. As reduções de défices gigantes que ocorreram no passado […] foram possíveis apenas numa situação de grande crescimento económico, que é sempre uma altura propícia à redução da dívida.



Um dos problemas que fazem com que, agora, o corte da dívida seja tão severo é que vai levar à redução do crescimento económico. […]. A Europa e os Governos deviam esperar pelo momento certo para reduzir a dívida pública. A economia não é apenas a política certa, é também o tempo certo para aplicar aquela política.


[…] temos de ser inteligentes na escolha das medidas de austeridade. […]os países, individualmente, podem não ter, neste momento, muita escolha devido à leitura que a União Europeia fez da situação e, sobretudo, devido aos mercados financeiros. Estes são muito guiados pelas agências de rating e estas agências, como sabemos, cometeram erros enormes durante a crise de 2008, mas estão agora de volta e muito poderosas.


[…] a melhor maneira de pensar sobre estes problemas reside no debate público e no raciocínio público. Pegando no que falámos antes sobre os planos de austeridade, acho que deveriam ser alvo de um maior debate, em vez de se deixar a discussão apenas nas mãos dos mercados financeiros e dos bancos. A discussão deve estar nas mãos do público. (ler entrevista aqui)

Estas afirmações não são de qualquer "perigoso esquerdista" ou militante anti-capitalista. Foram proferidas pelo prémio Nobel da Economia de 1998, Amartya Sen que, apesar da sua preocupação com o problema do desenvolvimento, não é propriamente adversário da "economia de mercado". Seria bom que os nossos governantes e os dirigentes europeus as entendessem. E percebessem, de uma vez por todas, que os mercados financeiros não se acalmam, controlam-se! Das duas uma: ou são estúpidos ou estão, criminosamente, a fazer o jogo dos banqueiros e dos especuladores!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Geração á Rasca - de quem é a culpa?

No blogue Assobio Rebelde, Geração à Rasca - A Nossa Culpa é o comentário de quem, de repente, viu a luz! Bem me parecia que a culpa não é da má aplicação dos fundos comunitários, nem da entrada de dinheiro aos montes, ao mesmo tempo que o PS e o PSD (aCDSzado, às vezes) iam liquidando a agricultura e a indústria. Nem se procure, sequer, culpa nas políticas que mataram a indústria naval, a metalomecânica e a têxtil e investiram tudo em 11 estádios de futebol e prédios por todo o lado. Culpados os boys do PS e do PSD que enxamearam o aparelho de Estado e as empresas públicas de primos e filhos e conhecidos ao longo de 30 anos? Nem pensar! Nem são culpados os banqueiros que colocaram nos governos e na administração pública os Dias Loureiros e os Armandos Varas e as Celestes Cardonas (PSD, PS e CDS sempre!) para que mais tarde fossem colher nos bancos os frutos cujas sementes roubaram ao Estado e adubaram de Leis e Portarias e Despachos. Os mesmos banqueiros que ofereceram ao povo pobre de cabeça, de um país salazarento e marcelento, créditos fantásticos para que os Belmiros e os Amorins e os Jerónimos Martins pudessem vender chocolates e máquinas de lavar e televisões panorâmicas que nos entram todos os dias pelos olhos em horas de anúncios televisivos. Mas a culpa de tudo não é deles. É nossa, diz este pândego! Nossa, e não do poder financeiro internacional que pega nas nossas poupanças e as joga nas Bolsas mundiais, que são os casinos dos muito ricos, e depois no-las devolvem carregadas de juros nas casas que compramos, nós que vivemos sempre "acima das nossas possibilidades" mas que pagamos até ao último tostão cada cêntimo que os governos enterram nos BPNs, na obras encomendadas às Mota-Engis dos Coelhones que foram convenientes ministros das obras públicas, e nas Lusopontes dos Ferreiras dos Amarais que foram ministros convenientes das obras públicas. Dinheiro nosso com que pagamos os chorudos salários dos Mexias, dos Pintos, dos Penedos e de todos os serviçais do PS, do PSD e do CDS que vivem com o dinheiro que nos faz viver no limite das nossas possibilidades e, até morrer, pagando a casa que comprámos com o nosso dinheiro e com o dinheiro que os nossos pais economizaram. Trabalhando. Bem me parecia que a culpa não é do Soares, nem do Cavaco, nem do Sampaio, nem do Barroso. Mais! A culpa é, em último caso, de quem quer ter um emprego com direitos, um sítio para morar, comida para dar aos filhos, educação sem ter de comprar explicações, férias uma vez por ano. Eu não tenho culpa nenhuma, ouviram? E acuso, pela minha “à rasquice”, os desgovernantes do PS, do PSD e do CDS! A CULPA é deles e daqueles que, tudo perdendo com o gesto, neles foram votando

quarta-feira, 9 de março de 2011

Após terem sido promulgados os diplomas que reduzem em 5% os vencimentos dos gabinetes dos políticos e de uma maneira geral entre 3,5% e 10% os salários da função pública, eis que surge no Orçamento de Estado para 2011 um aumento das despesas de representação dos governantes e chefias de 20%.


Desta forma,os governantes e chefias poderão ser compensados pelos cortes dos vencimentos, o que não acontecerá com os restantes trabalhadores.

O economista Eugénio Rosa analisou algumas dotações inscritas nos orçamentos dos Serviços Integrados da Administração Central em 2010 e em 2011.

As despesas de representação passaram de 16,1 milhões de euros em 2010 para 19,3 milhões de euros em 2011, ou seja um aumento de 20%. Este facto não deixa de ser um escândalo quando os trabalhadores da Função Pública viram os seus ordenados reduzidos em 1,4 mil milhões de euros.

A titulo de exemplo, um secretário de Estado que tem uma remuneração de 4500 euros vai receber mais 1300 euros em despesas de representação e um cargo de direcção intermédia que tem uma remuneração de 3000 euros irá receber 300 euros em despesas de remuneração. Ao todo representam 6000 funcionários.

As despesas com combustíveis e lubrificantes vão aumentar 26,6% em relação ao ano anterior, passando assim de 42,5 para 53,8 milhões de euros. Isto quando governo tinha dito que iria reduzir os gasto com a sua frota automóvel.

No que diz respeito à aquisição de serviços a privados como por exemplo pareceres, consultoria, assistência técnica ou publicidade, muitos dos quais poderiam ser realizados internamente por trabalhadores da Administração Pública, o governo prevê gastar 1,3 mil milhões de euros. A aquisição destes serviços a privados irá enriquecer muitas empresas algumas das quais com relações promíscuas com vários políticos que vão alternando com cargos nessas empresas.

Finalmente, a dotação destinada à contratação de trabalhadores tarefeiros (recibos verdes) sobe 205% em 2011! Após ter reduzido e congelado os vencimentos dos trabalhadores da Administração Pública, este facto demonstra a intenção do governo de substituir trabalhadores com vinculo permanente por trabalhadores com vinculo precário.


http://www.eugeniorosa.com/






O sufoco em que vivemos

A atmosfera no PSD está, verificadamente, inquinada. Alguns dos seus corifeus fazem declarações beligerantes, cujo alvo é, dizem, a "inacção" e a "excessiva prudência" de Pedro Passos Coelho. E nomeia-se Rui Rio como o homem azado para o momento azarado. Por outro lado, as sondagens não são propícias à sede de poder de muitos daqueles que vivem da ambiguidade da dádiva prestada pela política. Não é o problema português a dominar as preocupações de grupo. O que os move é a dependência pessoal, os interesses dos beneficiados pelos partidos de poder.

O PSD existe numa espécie de não-pertença. Criou um ambiente que incita à criação de grupos e que favorece, conscientemente ou não, a intriga e o confronto surdo. A lógica relacional, a construção de uma ideologia comum, que sempre configurou a ideia de "partido" não existe no PSD. As perseguições, a mordacidade com que uns acusam outros, o desfasamento doutrinário, caracterizam-no. E, em períodos difíceis, como este, de agora, as malformações emergem.

No PS, apesar das malfeitorias praticadas com displicente desdém, Sócrates é incensado. Levou o País ao desespero, quebrou numerosos laços sociais, exerceu retaliações impensáveis, mas continua a ser "o" secretário-geral. Como estes socialistas são difíceis de entender, quem desvendar o mistério que explique. Adicione-se, ainda, que as sondagens, percentualmente, dão Sócrates com escassa desvantagem de Passos Coelho.

Estaremos condenados a não nos emancipar deste pesadelo político? O regime da crise do elo social, de que falaram, entre outros, Alain Badiou e Tony Judt, comporta em si uma violência e uma bestialidade infamantes. São as normas e as esquadrias do neoliberalismo. O neoliberalismo introduziu, nas nossas sociedades, formas de orquestração dos nossos próprios sentimentos. Tanto o PS quanto o PSD corromperam parte substancial da nossa dignidade, não apenas com actos e decisões horríveis, mas, também, através de torpes exemplos.

A sociedade portuguesa está social, moral e politicamente doente. Todos o dizemos. Contudo, somos incapazes de sacudir o jugo desta subordinação escatológica. Para nos libertar do sufoco, os partidos à esquerda do PS (falo do PCP e do Bloco), sem abandonarem as suas diferenças fundamentais, têm de assumir as graves responsabilidades do poder. Protestar não chega. E parece-me extremamente fácil o acantonamento na "fortaleza cercada", enquanto cá fora as grandes lutas (e as grandes contradições decorrentes dessas lutas) continuam com objectivos cada vez mais vagos e cada vez mais perigosos.

Para se impor o conteúdo de um desígnio é necessário criar as condições sociais da possibilidade. Essas condições nascem dos encontros de uns com os outros. Faço-me entender?





por Baptista Bastos, DN, Março 2011



Publicação em destaque

Marionetas russas

por Serge Halimi A 9 de Fevereiro de 1950, no auge da Guerra Fria, um senador republicano ainda desconhecido exclama o seguinte: «Tenh...