quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Coreia do Norte, um agente da paz


por Peter Koenig [*]
 
Manifestação em Seul contra a guerra. O falso alarme de um ataque de mísseis balísticos vindo da Coreia do Norte sobre o Havaí, em 13 de janeiro, não ajudou as Conversações de Paz, as quais foram iniciadas essencialmente por iniciativa do Presidente da RDPC, Kim Jong-un. Eles espalharam enorme medo de uma aniquilação nuclear de Honolulu, pulverizando casas e pessoas – um Armagedão para a população havaiana. Terá sido uma tentativa de Trump para boicotar as negociações? Ou foi a facção belicista do Estado profundo dos EUA, desejando mais ameaças de guerra, levando a população havaiana a acreditar que isso se poderá tornar realidade, empurrando-os através de um falso alarme a querer a devastação de uma vez para sempre da península coreana – porque um ataque ao Norte não pouparia o Sul? Estará a indústria de guerra desesperada por mais guerras e mais lucros? Eles podem estar ofegantes, porque o mundo gira em direção à paz.

Outro sinal de que o Império, os desonestos controladores do universo, estão rodando no vazio e estão com medo de perder seu controle sobre o mundo, é que Canadá e os Estados Unidos após uma reunião em Vancouver, Canadá, decidiram apoiar uma reunião internacional sobre Coreia do Norte patrocinada pelos Canadá e EUA nos dias 15 e 16 Janeiro de 2018. Além do Canadá e dos Estados Unidos, incluiria mais 18 países do "grupo Vancouver", como a Dinamarca, Grécia, Noruega, Nova Zelândia e outros – mas não a Rússia, nem a China – e mais ridículo de tudo – a Coreia do Norte estaria ela própria ausente. Rússia e China seriam informadas no final da reunião, na noite de 16 de janeiro. Isso foi a proposta. Terão estes seguidores do poder hegemónico, além de perderem o espírito perdido também a cabeça?

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, disse o óbvio: tal não era aceitável. Acrescentando com o seu humor sempre positivo: "Com todo o respeito para com aqueles que tomaram esta iniciativa, não espero nada de produtivo. Com sorte, não acontecerá nada contraproducente. Seria já um grande resultado, se bem que dificilmente crível".


As conversações de paz foram iniciadas sob o pretexto de que o Norte queria participar nos Jogos Olímpicos de Inverno em Pyeong Chang no Sul, em fevereiro deste ano. Uma jogada inteligente que lembra a diplomacia do pingue-pongue entre os EUA e a China no início da década de 1970 com Nixon. Curiosamente, este foi o degelo das relações com a República Popular da China (RPC), que estava a sofrer "sanções" – Infelizmente as sanções não são novidade! – devido à "interferência" de Beijing na totalmente ilegal, injustificada, criminosa e devastadora guerra da Coreia liderada pelos EUA que, de 1950 a 1953 destruiu totalmente a Coreia do Norte, com um número de mortes pelo menos 4 milhões de pessoas (quase metade da população norte-coreana). As bombas dos EUA não deixaram nem um tijolo intocado na agora RPDC (República Popular Democrática da Coreia). O objetivo desta desumana atrocidade era então, como as atuais agressões de Washington para com Pyongyang, mais de 60 anos depois, uma tentativa de posteriormente invadir a China com o objetivo final da dominação completa.

A equipe de ténis de mesa nos EUA estava em Nagoya, no Japão, em 1971, para o 31º campeonato de ténis de mesa mundial, quando em abril recebeu um convite para visitar Beijing. Daí começou uma viagem diplomática, que mais tarde abriu os portões para uma relação de comércio intensa, por vezes controversa entre Washington e Pequim. Para a RPDC o desporto desempenha um importante papel diplomático, reflectido no lema "amizade primeiro, competição depois".

Terá Pyongyang sido inspirada por aquele exemplo desportivo para abrir caminho para um novo e melhorado relacionamento entre irmãos? Possivelmente. Contudo, não está claro: quem realmente tomou a iniciativa e quem persuadiu Donald Trump a ficar quieto e deixar que isso acontecesse? Estará ele realmente tranquilo e deixará estas históricas conversações de paz terem lugar sem serem perturbadas? O que está a acontecer atrás das cortinas na equipa de Trump – além da reunião do grupo de Vancouver – é um mistério. Que estas conversações de paz tenham lugar é naquilo em que o mundo deve concentrar-se daqui em diante – um passo em frente num movimento de paz que não pode ser desfeito. É uma obra-prima de duas nações soberanas para cimentar a relação que os une, e também com partes da China e da Rússia, numa história de 5000 anos.

5000 anos de história coreana. É importante entender a história da Coreia para compreender que tudo o que sai dos infectados porta-vozes de Washington é incoerente e não se ajusta à realidade, com os milhares de anos de uma Coreia pacífica, cujas crenças ainda hoje são em grande medida influenciadas por Confúcio. A história e a imagem de milhares de anos de uma Coreia pacífica é uma revelação (ver caixa).

Voltando à realidade de hoje – apenas há algumas semanas, todos os quinze membros de Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) condenaram a RDPC como um agressor que tem de ser punido, empilhando insultos depois de mentiras e mais insultos sobre o presidente Kim Jon-un e sua estratégia apenas defensiva. Hoje, o mesmo CSNU deveria reunir-se novamente e louvar por unanimidade a RDPC por esta tremenda façanha de, contra todas as probabilidades, comprometer-se em conversações de paz com o seu irmão natural durante milénios. Por que não acontece tal elogio para com uma nação pacífica? Porque os Donalds e Nikki Haleys deste mundo, os mestres agressores do universo, e todos os vassalos do presidente, teriam que morder a língua.

No entanto, sabemos que isto não está acabado. Washington ainda tem mais de 28 mil militares estacionados na Coreia do Sul e um arsenal mortal de navios de guerra, aviões de combate e bombas nucleares para atacar – preventivamente, se o poder hegemónico julgar necessário. Não importa que 80% dos coreanos do Sul queiram que esta ocupação assassina acabe. Do mesmo modo em Okinawa no Japão a base dos EUA tem mais de 40 mil militares – que a grande maioria dos japoneses e especialmente os habitantes da ilha, desejam que saiam. Eles trazem crime, drogas, prostituição e até o assassinato para a ilha. As violações estão em ascensão.

Podem estas conversações coreanas colocar em movimento algo maior que apenas conversações de paz entre os países irmãos. Pode este primeiro encontro sério em mais de sessenta anos (delegações dos dois países reuniram-se em 2014 para uma troca de visitas familiares) tornar-se uma grande surpresa para os 15 membros do CSNU, que sem pensar cozinharam sanções assassinas à Coreia do Norte há apenas algumas semanas?

Possam estas conversações ser um abrir de olhos para o mundo, mostrando a falsidade de toda a operação do CSNU e quão subservientes para com o pagador chefe os seus membros se tornaram? Poderia ser um sinal para a China e a Rússia, que o seu não-veto, a sua submissão para ao agressor ( bully ), qualquer que fosse o motivo estratégico que poderia ter tido – foi um erro? Ou irão eles simplesmente reclamar crédito para o que está acontecendo – considerando que ameaças e sanções funcionam? Qualquer pessoa sensata que conhece a história e missão de paz da grande e antiga Coreia, o Reino de Gojoseon – e certamente China e Rússia deveriam sabê-lo – verão como o mundo é ignorante, ou então quanto sangue e ganância ameaçam a Humanidade sob o reino do capitalismo.

As duas Coreias podem ter aproveitado a oportunidade para cumprir seu objetivo maior: unirem-se de novo, reunindo suas famílias de forma duradoura; Iniciar um movimento de alegria e harmonia; uma nova era de unificação que não possa ser quebrada. Isto está totalmente em sintonia com a pregação budista do amor, ainda profundamente enraizada nas duas Coreias.

O Presidente Kim Jong-un tem sempre e repetidamente dito que não procura a guerra, não ameaça ninguém, mas que as armas nucleares são uma arma defensiva, visando apenas os agressores – o único agressor, Estados Unidos, que há mais de 60 anos não permitiu que se convertesse um acordo de armistício instável num acordo de paz. O povo da Coreia do Norte não quer nada mais do que paz.

As guerras ao longo do último século e especialmente durante os últimos 17 anos com o início da eterna "guerra ao terror", terminologia de um negócio que impulsiona o lucro do complexo industrial militar e de segurança, tem-se tornado tão enraizado na mente das pessoas, que um mundo de paz, harmonia e amor é quase inimaginável.

Sob que tipo de regime poderia funcionar uma Coreia Norte-Sul unidas? Um socialismo puro e duro (hard-core), ao estilo da RDPC, um capitalismo de tipo de Seul, com um suave toque de Moon Jae-no, ou um socialismo de tipo chinês com um revestimento capitalista, ainda que controlado por um partido socialista centralizado? Difícil prever neste momento, mas dada a ligação histórica da Coreia à Manchúria, hoje ligada à China e Rússia, provavelmente seria um modelo político de sensibilidade social.

A pressão regional, liderada pela China para retirar as bases militares dos EUA da península coreana iria crescer – e em paralelo o povo japonês encontraria um argumento adicional para expulsar os ocupantes dos EUA da bela ilha de Okinawa. Iriam os líderes fantoche – líderes, não as pessoas – do Japão, Guam, Filipinas, Singapura, Indonésia, Austrália – ceder à pressão dos povos e chutar os cães de guerra para fora de seus territórios soberanos, como deveriam, se quiserem merecer alguma porção do significado da democracia?

Deixem-me sonhar por um momento: se este esforço tremendo – paz e unificação – tivesse êxito, ele poderia definir o avanço de um programa, em que o mundo em geral ainda não pensou. A China e a Rússia sairiam mais fortes no objectivo de um mundo multipolar.

O sr. Putin, que apoia o plano Moon-Kim sabe muito bem qual é o papel político de participar nos Jogos Olímpicos – e como o desporto age na política. Ele e a Rússia vivem "desporto como política" quase numa base diária. Atletas russos são banidos dos Jogos Olímpicos e outros eventos desportivos; atletas russos são constantemente acusados de doping, quando o número de atletas dos EUA apanhados dopados é muito maior. Gente do desporto dos EUA encontrada com doping enche páginas na internet, mas ninguém se preocupa em ver ou se atreve a falar contra a injustiça. O Comité Olímpico é um fantoche da mesma laia que o CSNU, União Europeia e todos os tribunais internacionais. Por que razões? Só posso pensar em cobardia, aquilo em que o neoliberalismo globalizado os tornou – medo das sanções, medo de se levantarem pela justiça e em vez disso serem subservientes aos agressores. Isto é: a ganância acima de integridade.

O presidente Putin juntamente com os presidentes Moon e Kim, habilmente colocaram o desporto como uma iniciativa de paz – quem poderia opor-se aos atletas da RDPC de participarem nos Jogos Olímpicos da Coreia do Sul? Mas por trás da cena está montada uma real iniciativa de paz que poderá literalmente fazer mover as placas tectónicas do poder mundial. A dinâmica de tais desenvolvimentos, juntamente com uma mudança rápida para maior equilíbrio económico, já está a ter lugar na Organização de Cooperação de Shanghai (SCO) com crescente força e com maior independência monetária em relação ao Ocidente. Tais dinâmicas são imprevisíveis, mas rapidamente poderiam fazer passar a nossa civilização da escuridão para a luz.
 

[*] Economista e analista geopolítico. É também um antigo quadro do Banco Mundial e trabalhou extensivamente em todo o mundo nas áreas de meio ambiente e recursos hídricos. Lecciona em universidades nos EUA, Europa e América do Sul. Escreve regularmente para a Global Research, ICH, RT, Sputnik, PressTV, século XXI (China), TeleSUR, o The Saker Blog e outros sites da internet. É co-autor de Implosion – An Economic Thriller about War, Environmental Destruction and Corporate Greed , uma obra de ficção com base em factos reais e em 30 anos de experiência do Banco Mundial por todo o mundo. É também co-autor de The World Order and Revolution! - Essays from the Resistance.

O original encontra-se em www.informationclearinghouse.info/48624.htm


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Uma nova reviravolta na investigação do Voo MH17


por Oriental Review
Em fins de Agosto a Rússia entregou à Holanda dados descodificados de radar da zona aérea onde o Voo MH17 de Malaysian Airlines foi derrubado, em 17/Julho/2014. Estes materiais foram inicialmente entregues no original , ou seja, de forma não descodificada, juntamente com o software necessário para descodificá-los.

Contudo, os investigadores holandeses, apesar de estarem armados com a mais recente tecnologia moderna e ainda com a assistência dos seus colegas britânicos, não foram capazes de descodificar os registos e acabaram por pedir aos peritos russos que fizessem isso. Ao longo de três anos esta foi a única vez em que pediram [aos russos] para colaborar. Nunca antes a comissão aceitara quaisquer ofertas russas de assistência.

Os registos descodificados mostravam claramente que o míssil fora disparado da zona controlada pelos militares ucranianos. E isto não alguma estória falsificada cozinhada por jornalistas, mas sim informação técnica documentada.

Clique para ampliar.
A distância estimada entre o Voo MH-17 e o lançador BUK controlado pelos ucranianos em Zroshchenskoe no momento do ataque (menos de 30 km) está dentro do seu alcance operacional, ao contrário de outro presumivelmente operado pela milícia no Donbass.
Contudo, todos os sinais parecem indicar que a informação descodificada obtida da Rússia não será incluída no processo, mas ao invés disso enfrentará o destino de muitos outros dados que não se ajustam perfeitamente dentro da versão preferida da investigação. Ela provavelmente cairá no buraco negro, tal como aconteceu às fotos da tragédia tiradas por satélites espiões americanos.

Enquanto isso, no entanto, não será fácil para os investigadores apegarem-se à sua abordagem prescrita para a investigação. Peritos independentes estão conscenciosamente a sugerir novos rumos para o inquérito que poderiam ajudar no avanço do processo.

Exemplo: uma vez que todos os sítios de lançamento do exército ucraniano do seu sistema Buk-M1 de defesa de mísseis podem ser contados e examinados pela comissão, seria uma questão bastantes simples estabelecer se pelo menos um deles foi utilizado para disparar o míssil. Uma inspecção dos 60 sítios de lançamento existentes neste sistema é fisicamente possível e poderia proporcionar alguma informação surpreendente. O lançamento do míssil Buk-M1 deixa "queimaduras" indeléveis na rampa que não podem ser ocultadas, mesmo sob uma nova camada de pintura. Embora isso parecesse uma sugestão muito simples, ela é significativa.

Kees van der Pijl , professor do Departamento de Relações Internacionais da Universidade de Sussex e presidente da ONG The Committee of Vigilance Against Resurgent Fascism , concluiu recentemente o livro intitulado The Launch: Flight MH17, Ukraine and New Cold War (Der Abschuss: Flug MH17, die Ukraine und der neue Kalte Krieg). A versão em alemão e o original em inglês já estão à venda, a tradução em português estarão disponível em breve.

O professor van der Pijl examina a tragédia de uma perspectiva geopolítica e pergunta: quem se beneficia mais com o desastre? E responde: os EUA, o qual logo a seguir impôs sanções contra a Rússia, minando a sua indústria do gás e controlando o seu crescimento na cena internacional.

O professor menciona especificamente os seguintes argumentos:
  • Um dia antes da tragédia, os países BRICS assinaram um acordo para constituir o seu próprio banco, o qual os EUA encaram como um rival para o FMI e o Banco Mundial.
  • Vladimir Putin e Angela Merkel estabeleceram um novo quadro conceptual para resolver a crise na Ucrânia – sem participação dos EUA – e um progresso real estava a ser feito.
  • Além disso, uma vez derrubado o Boeing 777, companhias de gás americanas subitamente foram capazes de encontrar força para arrancar com o seu trabalho na Europa e forçar a Rússia para fora do mercado da UE. Moscovo foi forçada a abandonar a construção do gasoduto South Stream e as relações com o governo de Kiev, o qual a seguir se tornou um peão nos jogos do ocidente, azedaram definitivamente.
Nem um único media europeu ou americano reagiu ao anúncio da publicação do livro e o seu caminho para as prateleiras das livrarias é improvável que seja fácil. Contudo, os tempos estão a mudar e muitas pessoas estão a ganhar interesse e a afluir ao blog do professor van der Pijl, Der Abschuss Flug MH17 (O derrube do voo MH17), o qual apresenta informação acerca da publicação do livro bem como links para a suas fontes.

Utilizando os materiais disponíveis para eles, os autores do blog pretendem lançar luz sobre as absurdas inconsistências evidentes durante a investigação, assim como sobre a teimosa relutância dos investigadores para responderem a questões incómodas. Alguns exemplos conhecidos são:
  • Como podia o presidente ucraniano, Poroshenko, o qual anunciou a tragédia 15 minutos após a sua ocorrência, ter conhecimento de que o Boeing 777 fora derrubado por um míssil Buk russo?
  • Por que a comissão de investigação não considerou os resultados da destruição experimental de um avião de passageiros fora de serviço pela companhia Almaz Antey, recusando-se também a tomar parte num segundo experimento?
  • O que levou controladores de tráfego (dispatchers) ucranianos a alterar a rota de voo do MH17 exactamente antes da tragédia?
Em breve veremos se responsáveis silenciarão o livro agora distribuído e que consequências isso poderá ter. Mas os acontecimentos poderiam ter uma viragem interessante. Em resultado dos esforços do professor van der Pijl, saberemos o preço não só do trabalho da comissão holandesa de investigação do destino trágico do voo MH17 como também da democracia europeia e da justiça europeia...
04/Setembro/2017
Acerca do MH17 ver também:
  • MH17: Afastar a Malásia da investigação tresanda a encobrimento
  • O MH17 malaio foi abatido por caças do regime de Kiev
  • Surgiram provas: foi um caça dos fascistas ucranianos que derrubou o MH17 malaio
  • O relatório da comissão holandesa sobre o crash do MH17 malaio "não vale o papel em que está escrito"
  • Análise do crash do voo MH17 da Malaysian Airlines
  • O "relatório" MH-17
  • Ordenaram ao MH17 que voasse sobre a zona de guerra no Leste da Ucrânia

  • Por que os media e a administração Obama ficaram silenciosos acerca do MH17?

    O original encontra-se em https://orientalreview.org/2017/09/04/new-twist-investigation-flight-mh17/


    Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
  • Publicação em destaque

    Marionetas russas

    por Serge Halimi A 9 de Fevereiro de 1950, no auge da Guerra Fria, um senador republicano ainda desconhecido exclama o seguinte: «Tenh...