quinta-feira, 28 de junho de 2012

Zona de conforto

A CRER na OCDE, os portugueses, sobretudo os mais jovens e qualificados, estão-se nas tintas para o apelo feito por Cavaco Silva em Sydney: "Fiquem em Portugal". E é a debandada geral: todos os anos 70 000 de nós, a maior parte com menos de 29 anos, abandonam o país que os abandonou.


Muitos são engenheiros, arquitectos, professores, cientistas, que levam na bagagem conhecimento técnico, doutoramentos, mestrados, licenciaturas, e a frustração por terem nascido num país que os enjeita, castigando-os por terem perdido anos a estudar e qualificar-se em vez de, como outros, se arrebanharem numa "jota" a colar cartazes e a aprender as florentinas artes da intriga, do servilismo e da ausência de pensamento próprio. E, por cima de tudo isto, são ainda alguns destes últimos, "emigrados" hoje nos cadeirões da AR ou do Governo e amanhã nos de alguma empresa pública, quem lhes aponta a porta de saída: "Deixem a vossa 'zona de conforto' e ponham-se a andar".

O "conforto" de que falam governantes e deputados da maioria é a humilhação diária do desemprego ou de empregos precários (mais ou menos como o de Eduardo Catroga) como aquele que recentemente oferecia o IEFP do ministro Álvaro a arquitectos com, no mínimo, mestrado, domínio do inglês e francês e conhecimentos de design de interiores, desenho 3d e autoCad: um horário de trabalho das 9.30 às 19.30 e salário mensal de 500 euros.

por Manuel Antonio Pina
 
«JN» de 28 Jun 12

domingo, 10 de junho de 2012

Massacres

O presidente do país reúne «todas as terças-feiras com cerca de duas dúzias de oficiais da segurança» para analisar a lista de alvos «a serem mortos ou capturados, sendo que a opção da captura se tornou em grande medida meramente teórica». «Todas as semanas se juntam mais de cem membros do enorme aparelho de segurança nacional […] para analisar as biografias dos suspeitos e recomendar ao presidente quem deverá ser o próximo a morrer». «Surge uma suspeita»: que o presidente «esteja a evitar as complicações associadas com a detenção, decidindo na prática que não se apanham prisioneiros vivos. Enquanto largas dezenas de suspeitos já foram mortos […] apenas um foi capturado». O presidente, «que se sente muito tranquilo com o uso da força», decidiu «adoptar um método questionável de contabilizar as baixas civis […]. Na prática, todos os homens em idade militar nas zonas de ataque são contabilizados como combatentes […] a não ser que postumamente surjam informações explícitas que provem ser inocentes». Logo no «primeiro ataque sob a alçada» do presidente, «foi morto não apenas o alvo visado, mas duas famílias vizinhas, e foi deixado para trás um rasto de bombas de fragmentação que viriam a matar mais inocentes». Este «ataque pouco asseado» levou a que «vídeos de destroços de corpos de crianças e de aldeões enfurecidos surgissem […] no You Tube, provocando reacções furiosas». Um leitor vítima da martelante campanha de desinformação dos meios de comunicação social pensará que estas citações dizem respeito à Síria e ao presidente Assad. Mas dizem respeito aos EUA. O presidente é a coqueluche dos sectores «liberais» e «social-democratas» do sistema, Barack Obama. A fonte é insuspeita e recente: um artigo do New York Times de 29 de Maio.

É prática sistemática dos EUA assassinarem «alvos» a partir de aviões não tripulados (drones), no Afeganistão, Paquistão, Iémene e Somália. Segundo o britânico Bureau of Investigative Journalism, entre 2004 e 2012 os EUA efectuaram, apenas no Paquistão, 327 deste tipo de ataques cobardes, em que terão morrido umas 3000 pessoas, sendo 175 crianças e entre 480 a 830 civis. Apesar dos protestos das populações e dos próprios governos, a «comunidade internacional» não condena. A comunicação social de regime – sempre pronta a chorar civis «mortos pelos governos» como pretexto para guerras de agressão – mantém-se silenciosa quando o governo em causa é uma potência imperialista e a guerra de agressão já está em curso.

O recente massacre na aldeia síria de Houla foi macabro: mais de 100 mortos, na maioria mulheres e crianças degoladas ou mortas à queima-roupa. É o estilo dos bandos armados apoiados pelo «Grupo dos Amigos da Síria», ao qual pertencem grandes potências imperialistas, ditaduras fundamentalistas (como a Arábia Saudita e Qatar) e Paulo Portas. Relata a Al Jazeera (2.4.12) que esses «Amigos» criaram um fundo de «muitos milhões de dólares para financiar os membros da oposição armada, conhecidos por gExército Sírio Livreh», incluindo o pagamento dos seus salários (!). Já em Novembro passado o Daily Telegraph (25.11.11) informava que armas e combatentes líbios estavam a ser enviados para a Síria. «Há uma intervenção militar em curso. Dentro de poucas semanas vê-la-ão» afirmava uma «fonte líbia». Até Ban Ki-Moon foi obrigado a declarar (BBC, 18.5.12) que «acredito que a Al-Qaeda esteja por detrás» dos atentados bombistas que sacudiram as maiores cidades sírias nas últimas semanas. Mas apenas depois de «a Síria ter enviado às Nações Unidas uma lista com 26 nomes de estrangeiros presos, alegando que a maioria serão membros da Al-Qaeda». A versão oficial é que os EUA invadiram o Afeganistão para combater a Al-Qaeda. Pelos vistos a Al-Qaeda combate na Síria para que os EUA possam invadir. Confuso? Nem por isso.

Desengane-se quem pensa tratar-se dum problema de «ditadores» ou «direitos humanitários». Os factos são claros: tal como na corrida para a agressão à Jugoslávia, bandos armados ao serviço do imperialismo cometem massacres, que depois são invocados como pretextos para agressões militares. Um imperialismo decadente e em profunda crise está a abrir uma Caixa de Pandora no Médio Oriente.

por Jorge Cadima


*Este artigo foi publicado no “Avante!” nº 2010, 6.06.2012

quinta-feira, 7 de junho de 2012

O massacre Houla:

Terroristas da oposição mataram famílias leais ao governo Nota do Editor do Global Research


– Investigação pormenorizada

por Marat Musin

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Esta notícia incisiva do jornalista russo independente Marat Musin desmonta as mentiras e falsidades dos meios de comunicação ocidentais.

A notícia baseia-se numa cronologia de acontecimentos e em relatos oculares. Foram massacradas em Houla famílias inteiras leais ao governo. Os terroristas não foram milícias shabbiha pró-governamentais conforme veiculado em coro pelos principais meios de comunicação, foram sobretudo mercenários e assassinos profissionais que agiram sob os auspícios do auto-proclamado Exército de Libertação Sírio:

"Quando os rebeldes tomaram o posto de controlo no centro da cidade, situado junto da delegacia da polícia local, começaram a eliminar todas as famílias leais às autoridades nas casas vizinhas, incluindo os velhos, as mulheres e as crianças.

Foram mortas diversas famílias de Al-Sayed, incluindo 20 crianças e a família de Abdul Razak. As pessoas foram mortas com facas e alvejadas à queima-roupa.

Depois os cadáveres foram apresentados às NU e à comunidade internacional como sendo vítimas de bombardeamentos do exército sírio, uma coisa que não foi verificada por quaisquer marcas nos corpos".

Pedimos aos nossos leitores que divulguem esta notícia o mais que puderem, que a publiquem no Facebook.

O massacre em Houla está a ser atribuído ao governo sírio sem ponta de justificação. O objectivo é não só isolar politica e economicamente a Síria como arranjar um pretexto e uma justificação para desencadear uma guerra humanitária R2P (responsabilidade pela protecção) na Síria.

Susan Rice, embaixadora americana nas Nações Unidas, deu a entender que, se o Conselho de Segurança não actuar, os EU e os seus aliados podem considerar "tomar medidas fora do plano Annan e da autoridade do Conselho de Segurança da ONU".

Esta notícia de Marat Musin confirma que os crimes contra a humanidade estão a ser praticados por milícias terroristas.

É essencial inverter a maré da propaganda de guerra que se serve das mortes de civis como pretexto para travar uma guerra, quando essas mortes de civis foram executadas não pelas forças governamentais mas por terroristas profissionais que actuam ao abrigo do Exército de Libertação Sírio, patrocinado pelos EUA-NATO.

Michel Chossudovsky, Global Research, Montreal, 01/Junho/2012

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No fim-de-semana de 25 de Maio de 2012, por volta das 2 horas da tarde, grandes grupos de combatentes atacaram e capturaram a cidade de Al-Hula da província Homs. Al-Houla é formada por três regiões: as cidades de Taldou, Kafr Laha e Taldahab, cada uma das quais já albergou 25 a 30 mil pessoas.

A cidade foi atacada a nordeste por grupos de bandidos e de mercenários, em número de mais de 700 pessoas. Os militantes vieram de Ar-Rastan (a Brigada de al-Farouk do Exército de Libertação Sírio, chefiada pelo terrorista Abdul Razak Tlass, em número de 250), da cidade de Akraba (chefiada pelo terrorista Yahya Al-Yousef), da cidade Farlaha, a que se juntaram gangsters locais e de Al Houla.

Há muito que a cidade de Ar-Rastan foi abandonada pela maior parte dos civis. Neste momento dominam o local wahhabis e libaneses, alimentados com dinheiro e armas por um dos maiores orquestradores do terrorismo internacional, Saad Hariri, que lidera o movimento político anti-sírio "Tayyar Al-Mustaqbal" (Movimento do Futuro"). A estrada de Ar-Rastan para Al-Houla atravessa áreas beduínas que se mantêm quase todas fora do controlo das tropas governamentais, o que fez com que os ataques militantes a Al Hula fossem uma total surpresa para as autoridades sírias.

Quando os rebeldes tomaram o posto de controlo no centro da cidade, situado junto da delegacia da polícia local, começaram a eliminar todas as famílias leais às autoridades nas casas vizinhas, incluindo os velhos, as mulheres e as crianças. Foram mortas diversas famílias de Al-Sayed, incluindo 20 crianças e a família de Abdul Razak. Muitos dos que foram mortos eram 'culpados' de terem ousado mudar de sunitas para xiitas. As pessoas foram mortas com facas e alvejadas à queima-roupa. Depois os cadáveres foram apresentados às NU e à comunidade internacional como sendo vítimas de bombardeamentos do exército sírio, uma coisa que não foi verificada por quaisquer marcas nos corpos".

A ideia de que observadores das NU tinham ouvido fogo de artilharia contra Al-Houla no Hotel Safir em Homs durante a noite… como piada não está nada mal. São 50 km de distância entre Homs e Al-Houla. Que tipo de tanques ou de metralhadoras tem esse alcance? Sim, houve intenso tiroteio em Homs até às 3 da manhã, incluindo de armas pesadas. Mas, para dar um exemplo, na noite de segunda para terça-feira, o tiroteio deveu-se a uma tentativa de aplicação da lei para reconquistar o controlo sobre um corredor de segurança ao longo da estrada para Damasco, Tarik Al-Sham.

Numa inspecção visual a Al Hula é impossível encontrar vestígios de qualquer destruição recente por bombardeamentos. Durante o dia, foram feitos vários ataques por atiradores sobre os últimos soldados restantes no posto de controlo Taldou. Os militantes usaram armas pesadas e houve franco-atiradores mercenários profissionais em actividade.

De notar que já anteriormente falhara uma mesma provocação em Shumar (Homs) onde foram mortos 49 militantes e mulheres e crianças, organizada pouco antes de uma visita de Kofi Annan. Essa provocação foi imediatamente desmascarada logo que se tornou conhecido que os corpos dos previamente raptados pertenciam aos alawitas. Essa provocação também continha várias incongruências – os nomes dos que foram mortos eram de pessoas leais às autoridades, não havia vestígios de bombardeamentos, etc.

Mas a máquina da provocação continuou a funcionar na mesma. Hoje, os países da NATO ameaçam bombardear directamente a Síria e em simultâneo começou a expulsão de diplomatas sírios… Actualmente não há tropas dentro da cidade de Al Hula, mas apesar disso ouvem-se regularmente explosões de armas automáticas. Além disso, não se percebe se os militantes andam a lutar uns contra os outros ou se os apoiantes de Bashar al-Assad estão a ser eliminados.

Os militantes abrem fogo sobre praticamente todos aqueles que tentam aproximar-se da cidade fronteiriça. Antes de nós foi alvejado um comboio das NU tendo ficado danificados dois jipes blindados de observadores das NU, quando tentavam chegar a um posto de controlo do exército em Tal Dow.

No ataque ao comboio foi detectado um terrorista de vinte anos de idade. O fogo foi dirigido contra os slopes do primeiro jipe e a porta traseira do segundo carro blindado foi atingido por um fragmento. Há feridos entre os acompanhantes.

Segundo um soldado ferido:

"No dia seguinte, vieram observadores das NU ter connosco ao posto de controlo e, mal chegaram, atiradores abriram fogo contra eles. E três de nós foram feridos. Um ficou ferido na perna, o segundo nas costas e eu fui atingido na anca.

Quando os observadores chegaram, ouviram uma mulher ali ao pé deles a gritar, a mulher levantou-se e suplicou aos observadores que a ajudassem – que a protegessem dos bandidos. Quando eu fui ferido, os observadores perguntaram como é que eu me sentia, mas nenhum deles tentou ajudar. O nosso posto de controlo já não existe. Já não há civis em Taldou, só restam os militantes. A nossa relação com os locais era excelente. São muito bons para nós: pediram ao exército para entrar em Taldou. Fomos atacados por franco-atiradores".

Infelizmente, muitos dos militantes são franco-atiradores profissionais. A uns 100 a 200 metros da nossa equipa da TV, militantes atacaram um BMP que ia fazer substituição de soldados no posto de controlo. Nessa ocasião, um soldado recruta sofreu uma concussão e um leve ferimento de raspão na cabeça por uma bala de um franco-atirador. Olhando para o capacete Kevlar, parece que ele nem se apercebeu que tinha sobrevivido por milagre.

Os franco-atiradores matam diariamente cerca de 10 soldados e polícias nos postos de controlo. É verdade, as baixas diárias nas organizações de imposição da lei em Homs são de dezenas de vítimas. Mas, infelizmente, às 10 da manhã, foram levados para a morgue seis soldados mortos. A maior parte deles tinha sido morto com uma bala na cabeça. E o dia mal tinha começado…

São estes os nomes dos que foram mortos pelos franco-atiradores nas primeiras horas da manhã de 29 de Maio:
1. Sargento Ibrahim Halyuf
2. Sargento Salman Ibrahim
3. Polícia Mahmoud Danaver
4. Soldado Ali Daher
5. Sargento Wisam Haidar
6. não se conseguiu apurar o nome de família do soldado morto

Os bandidos até dispararam uma descarga automática sobre o nosso grupo de jornalistas, embora fosse óbvio que era um grupo de filmagem normal, formado por civis desarmados.

COMO COMEÇOU O ATAQUE

Depois das orações de sexta-feira, pelas 2 horas da tarde a 25 de Maio, um grupo do clã Al Aksh começou a disparar sobre um posto de controlo de forças da ordem com morteiros e lança-granadas. O fogo de resposta de um BRDM atingiu a mesquita, e foi quanto bastou para desencadear uma provocação maior.

Depois, dois grupos de militantes chefiados pelo terrorista Nidal Bakkour e Al-Hassan do clã Al Hallak, apoiados por uma unidade de mercenários, atacaram o posto de controlo na zona oriental da cidade. Às 15:30 foi tomado esse posto de controlo e todos os prisioneiros foram executados: um soldado sunita ficou com a garganta cortada, enquanto que Abdullah Shaui (Bedouin) of Deir-Zor foi queimado vivo.

Durante o ataque ao posto de controlo oriental, os homens armados perderam 25 pessoas que depois foram apresentadas aos observadores da ONU, juntamente com os 108 civis mortos – 'vítimas do regime', alegadamente mortos por bombardeamentos do exército sírio. Quanto aos restantes 83 corpos, incluindo os de 38 crianças, eram das famílias que foram executadas pelos militantes. Essas famílias eram todas leais ao governo da Síria.

Entrevista com um funcionário das forças da ordem:

"Chamo-me Al Khosam, sou um agente das forças da ordem. Prestava serviço na cidade de Taldou, distrito de Al-Houla, uma província de Homs. Na sexta-feira, o nosso posto de controlo foi atacado por um grande grupo de militantes. Eram milhares.

P: Como é que se defendeu?

R: Com uma simples arma. Tínhamos 20 pessoas, pedimos reforços e quando vinham a caminho, fui ferido e só retomei consciência no hospital. Os atacantes eram de Ar-Rastan e Al-Hula. Os rebeldes controlam Taldou. Queimaram casas e mataram pessoas e famílias, porque eram leais ao governo. Violaram mulheres e mataram as crianças".

Entrevista com um soldado ferido:

"Chamo-me Ahmed Mahmoud al Khali. Sou da cidade Manbej. Fui ferido em Taldou. Pertenço a um grupo de apoio que foi em ajuda dos nossos camaradas que estavam de serviço no posto de controlo.

Os militantes destruíram dois veículos de combate de infantaria e um BRDM que estava no nosso posto de controlo. Fomos para Taldou num BMP, buscar os nossos camaradas feridos no posto de controlo do centro da cidade. Trouxemo-los no BMP, e eu ocupei o lugar deles.

Pouco depois chegaram os observadores da ONU. Vieram ter connosco, nós levámo-los a casa das famílias que foram mortas pelos bandidos.

Vi uma família de três irmãos e o pai no mesmo quarto. Noutro quarto encontrámos crianças mortas e a mãe delas. E noutro ainda – um velho, morto na mesma casa. Ao todo, cinco homens, mulheres e crianças. A mulher violada e com um tiro na cabeça, tapei-a com um cobertor. E a comissão viu-os a todos. Puseram-nos no carro e foram-se embora. Não sei para onde os levaram, provavelmente para serem sepultados".

Um residente de Taldou no telhado da delegacia da polícia.

"Na sexta-feira à tarde eu estava em casa. Ao ouvir os tiros, saí para ver o que é que estava a acontecer e vi que o fogo vinha do lado norte, na direcção do posto de controlo do exército. Como o exército não ripostou, eles começaram a aproximar-se da casa onde depois a família foi morta. Quando o exército começou a ripostar, eles usaram as mulheres e as crianças como escudos humanos e continuaram a disparar sobre o posto de controlo. Quando o exército começou a responder, fugiram. Depois disso, o exército agarrou nas mulheres e crianças sobreviventes e puseram-nas em segurança. Nessa altura, a Al Jazeera pôs imagens no ar e disse que fora o exército que fizera o massacre em Al Hula.

A verdade é que eles mataram os civis e crianças em Al-Hula. Os bandidos não permitiram que ninguém fizesse o trabalho deles. Roubaram tudo aquilo a que puderam deitar a mão: trigo, farinha, petróleo e gasolina. A maior parte dos combatentes era da cidade de Ar Rastan".

Depois de conquistarem a cidade, levaram os corpos dos seus camaradas mortos, assim como os corpos das pessoas e das crianças que mataram na mesquita. Transportaram os corpos em carrinhas KIA. A 25 de Maio, por volta das 8 da noite, os cadáveres já estavam na mesquita. No dia seguinte às 11 da manhã chegaram os observadores da ONU à mesquita.

Desinformação dos meios de comunicação

Para exercer pressão sobre a opinião pública e alterar as posições da Rússia e da China, foram preparados com antecedência textos e subtítulos em russo e em chinês, a dizer: "Síria – Homs – a cidade de Hula. Um terrível massacre perpetrado pelas forças armadas do regime sírio contra civis na cidade de Houla. Dezenas de vítimas - e o seu número aumenta - principalmente mulheres e crianças, brutalmente mortas por bombardeamento indiscriminado da cidade".

Dois dias depois, a 27 de Maio, depois de os relatos dos moradores e dos registos de vídeo mostrarem que os factos não corroboravam a acusação de bombas, os vídeos dos bandidos sofreram alterações significativas. No final do texto aparecia este pós-escrito: "E alguns foram mortos com facas".

Marat Musin, Olga Kulygina, Al-Houla, Syria

Ver também:
http://www.infosyrie.fr/
O original (em russo) encontra-se em http://maramus.livejournal.com/86539.html , a versão em inglês em
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=31184 e em
http://www.syrianews.cc/syria-journalist-houla-massacre-703.html . Tradução de Margarida Ferreira.
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

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