quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Arrastando o seu cadaver - Mão Morta

ARRASTANDO O SEU CADÁVER


É demencial Não há palavras que consigam dizer o horror
Vi um pobre homem agarrado ao que restava da sua mulher
Errando pela baixa
Os olhos fixos num horizonte perdido
Sem uma palavra Sem um som
Arrastando a carcassa desfigurada por entre o trânsito do fim da
tarde
Passei sem conseguir dizer nada

Ninguém dizia nada O silêncio
Acompanhava o olhar vazio A dor

A vaguear por entre as ruínas e o trânsito do fim da tarde
As pessoas apressavam-se por causa do cair da noite
E o pobre homem seguia um destino sem rumo
Arrastando o seu cadáver
E o pobre homem
Seguia um destino sem rumo
Arrastando o seu cadáver

Ninguém dizia nada O silêncio
Acompanhava o olhar vazio A dor

(Adolfo Luxuria  Canival)

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