sábado, 28 de julho de 2012

A AGENDA POLÍTICA PORTUGUESA

A desinformação continua a todo vapor nos media portugueses que se auto-proclamam como "referência". A intensificação da crise capitalista neles é edulcorada ou omitida de todo. Neste momento a desagregação da União Europeia já pode ser antevista; a catástrofe da economia espanhola é o assunto do dia (a seguir vem a Itália); o descarte da Grécia da zona euro está anunciado para Setembro próximo (depois de ser deixada exangue pela troika UE/BCE/FMI); a classificação "triplo A" da própria Alemanha já está sob ameaça; o dólar americano cambaleia sob o peso de uma dívida impagável (e o mesmo se passa com a libra britânica). Seria um objecto de discussão com interesse saber quem ruirá primeiro, se o euro ou o dólar.


Enquanto isso, a opinião pública vai sendo entretida com casos de figurinhas insignificantes e desprezíveis como o sr. Relvas e a sua licenciatura mal amanhada. A pequena política serve nesse caso para ocultar o que é importante. Quanto à troika, os palradores da TV asseveram diariamente ser preciso que Portugal cumpra a todo custo as suas exigências — ou seja, ao custo da destruição do tecido produtivo do país, da sua economia real.

Está na hora de enfrentar opções que têm de ser enfrentadas, como a manutenção de Portugal no euro e na UE, a recuperação da soberania monetária, o lançamento de uma nova moeda de emissão estatal (e não de banqueiros privados como agora), a cessação de pagamentos ao exterior e de empréstimos cada vez mais ruinosos, a renacionalização do sector financeiro e de grandes grupos económicos oligopolistas, a redemocratização de Portugal. A opção está entre sofrer dificuldades temporárias imediatamente após a saída do euro e da UE e a servidão perene ao capital financeiro que nos condenará a um subdesenvolvimento cada vez maior. Daqui a um par de anos, com a continuação das actuais receitas da troika, poderá ser tarde. O exemplo grego é eloquente.
 
retirado do resistir.info

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