segunda-feira, 10 de março de 2014

O saque da Ucrânia começou

De acordo com um relatório no Kommersant-Ucrânia, o Ministério das Finanças dos fantoches de Washington em Kiev, que estão fingindo ser um governo, preparou um plano de austeridade econômica que vai cortar pensões ucranianas de US $160 para US $80 para que os banqueiros ocidentais que emprestaram dinheiro para a Ucrânia possam ser reembolsados às custas dos pobres da Ucrânia. Repete-se o que aconteceu na Grécia.

 Esta defensora da adesão da Ucrânia à UE recebeu sua recompensa: um corte de 50% em sua pensão.

Antes que qualquer coisa semelhante a estabilidade e legitimidade seja obtida para o governo fantoche, colocado no poder pelo golpe orquestrado por Washington contra o governo legítimo, eleito da Ucrânia, os saqueadores ocidentais já estão a trabalhar. Manifestantes ingênuos que acreditaram na propaganda de que a adesão à UE ofereceria uma vida melhor vão perder metade de sua aposentadoria em abril. Mas isso é só o começo.

Os meios de comunicação Ocidentais corruptos descrevem empréstimos como "ajuda". No entanto, os 11 bilhões de euros que a UE está oferecendo a Kiev não são ajuda. São um empréstimo. Além disso, ele vêm com muitas condições, incluindo a aceitação por Kiev de um plano de austeridade do FMI.

Lembre-se, agora: crédulos ucranianos participaram dos protestos que foram usados para derrubar o governo eleito, porque eles acreditaram que nas mentiras ditas por ONGs financiadas por Washington que, uma vez que aderissem à UE, teriam ruas pavimentadas com ouro. Em vez disso, eles estão recebendo cortes em suas pensões e um plano de austeridade do FMI.

O plano de austeridade vai cortar os serviços sociais, os fundos para a educação, dispensar trabalhadores do governo, desvalorizar a moeda e, assim, aumentar os preços de importação que incluem o gás russo e a electricidade, e vai expor os recursos ucranianos a aquisição pelas corporações ocidentais.

As terras agrícolas da Ucrânia vão passar para as mãos do agronegócio americano.
Uma parte do plano de Washington e da UE para a Ucrânia, ou aquela parte da Ucrânia que não desertou para a Rússia, foi bem sucedida. O que resta do país vai ser completamente saqueado pelo Ocidente.

A outra parte não funcionou tão bem. Os fantoches ucranianos de Washington perderam o controle dos protestos para os ultra-nacionalistas organizados e armados. Esses grupos, cujas raízes remontam àqueles que lutaram por Hitler na 2ª Guerra Mundial, se engajaram em palavras e atos que fizeram o leste e o sul da Ucrânia clamarem para serem anexados de volta à Rússia à qual pertenciam antes da década de 1950 quando o partido comunista soviético os anexou à Ucrânia.

No momento em que este artigo está sendo escrito, a Crimeia está se separando da Ucrânia. Washington e seus fantoches da OTAN não podem fazer nada mas bufar e ameaçar com sanções. O bobo da Casa Branca tem demonstrado a impotência da "superpotência única dos EUA" emitindo sanções contra pessoas desconhecidas, sejam lá quem forem, responsáveis por retornar a Crimeia à Rússia, à qual pertenceu por cerca de 200 anos antes de, segundo Solzhenitsyn, um bêbado Khrushchev, de etnia ucraniana, transferir províncias russas meridionais e orientais para a Ucrânia. Tendo observado os acontecimentos na Ucrânia Ocidental, essas províncias russas querem voltar para casa, onde elas pertencem, assim como a Ossétia do Sul não quis ter nada a ver com a Geórgia.
Os fantoches de Washington em Kiev não podem fazer nada no caso da Crimeia exceto fanfarronar.

Conforme o acordo Russia-Ucrânia, a Rússia pode colocar 25.000 soldados na Crimeia. O lamento da mídia dos EEUU e da UE de uma "invasão russa de 16.000 tropas" é total ignorância ou cumplicidade nas mentiras de Washington. Obviamente, a mídia dos EUA e da UE é corrupta. Só um tolo iria confiar em seus relatórios. Qualquer mídia que acredite nas coisas que Washington afirma, depois que Bush e Dick Cheney mandaram o Secretário de Estado Colin Powell na ONU para vender mentiras do regime sobre "as armas iraquianas de destruição em massa" que os inspetores de armas haviam dito à Casa Branca que não existiam, é claramente uma prostituta comprada e paga.

Nas antigas províncias russas da Ucrânia Oriental, a abordagem discreta de Putin à ameaça estratégica que Washington tem trazido para a Rússia tem dado a Washington uma chance de ficar com um grande complexo industrial que serve a economia russa e os militares. As próprias pessoas no leste da Ucrânia estão nas ruas exigindo a separação do governo não eleito que o golpe de Washington impôs-se em Kiev. Washington, percebendo que perdeu a Crimeia devido à sua incompetência, fez seus fantoches de Kiev nomear oligarcas ucranianos, contra quem os protestos de Maiden foram parcialmente dirigidos, a posições de governo nas cidades de Ucrânia oriental. Esses oligarcas têm suas próprias milícias privadas além da polícia e unidades militares ucranianas que ainda estão funcionando. Os líderes dos protestos russos estão sendo presos e desaparecendo. Washington e seus testas-de-ferro da UE, que proclamam o seu apoio à autodeterminação, são apenas a favor da autodeterminação quando ela pode ser orquestrada a seu favor. Portanto, Washington está ocupado no trabalho de extinguir a autodeterminação no leste da Ucrânia.

Este é um dilema para Putin. Sua abordagem discreta permitiu a Washington tomar a iniciativa no leste da Ucrânia. Os oligarcas Taruta e Kolomoyskiy foram colocados no poder em Donetsk e Dnipropetrovsk e estão conduzindo detenções de russos e cometendo crimes terríveis, mas você nunca vai ouvir isso das presstitutas dos EUA. A estratégia de Washington é prender e lançar ao mar os líderes dos secessionistas, assim não haverá autoridades para solicitar a intervenção de Putin.

Se Putin tiver drones, ele tem a opção de remover os oligarcas Taruta e Kolomoyskiy. Se Putin deixar Washington reter as províncias russas do leste da Ucrânia, ele terá demonstrado uma fraqueza que Washington vai explorar. Washington vai explorar a fraqueza ao ponto de Washington forçar Putin à guerra.

A guerra será nuclear.

Tradução
Marisa Choguill

aqui:http://www.voltairenet.org/article182583.html

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