domingo, 1 de abril de 2012

O jornalismo falhou

A imprensa económica seguiu em frente e esqueceu a crise e as suas causas demasiado depressa. Essa rapidez faz com que hoje, quer na Europa, quer nos EUA, se falem das actuais dificuldades como se fossem um fenómeno novo, que apareceu do nada, ignorando que tudo foi criado pela maior crise financeira da história. A imprensa generalista também podia ter feito melhor. Fez um trabalho fraco a expor a narrativa completa e o contexto necessário para perceber o que se passa hoje nos EUA, e nas ruas da Europa, na Grécia, em Portugal, em Espanha. O jornalismo ocidental revela sinais preocupantes de incapacidade de diagnosticar as causas responsáveis pela crise. O jornalismo tem sido desapontadamente reactivo e tem permitido à elite política e mediática que marque a agenda.


As palavras são do jornalista americano Dean Starkman e vêm citadas num interessante trabalho dos jornalistas Rui Peres Jorge e Filipe Pacheco na edição de fim de semana do Jornal de Negócios.

Como se lê no texto, em áreas técnicas como a económica, os jornalistas têm uma responsabilidade acrescida na construção de interpretações sobre a realidade e no questionamento das narrativas dominantes. Na actualidade, o trabalho jornalístico tem uma influência enorme no próprio trabalho académico na área da economia.

Nesta era de crises cujas causas fundamentais são demasiadas vezes esquecidas, não é apenas a profissão de economista que deve questionar o seu trabalho e as suas consequências políticas e sociais.

retirado do blog: ladrões de bicicletas

Sem comentários:

Publicação em destaque

Marionetas russas

por Serge Halimi A 9 de Fevereiro de 1950, no auge da Guerra Fria, um senador republicano ainda desconhecido exclama o seguinte: «Tenh...