quarta-feira, 8 de maio de 2013

Não acredite em tudo o que pensa



Sinopse
 
O título deste livro é uma provocação. É bem sabido que temos uma certa tendência para nos sintonizarmos mais facilmente com o que já confirma os nossos juízos. O desafio que aqui fazemos ao leitor vai no sentido inverso: não acreditar em tudo o que pensa. Ou seja, estar disponível para pôr em causa o que eventualmente tenha como óbvio sobre as grandes questões políticas dos nossos dias. Uma das maiores dificuldades para compreendermos o que nos está a acontecer reside no simplismo das explicações que circulam sobre a origem dos nossos males e que impede, em grande medida, a sua superação. Expressões como «andámos a viver acima das nossas possibilidades», «a culpa é dos políticos», «temos de ser empreendedores», «é preciso fazer sacrifícios para pagar a dívida», entre tantas outras, instalaram-se no nosso quotidiano. São repetidas incessantemente nos mais variados lugares e a repetição cristaliza essas ideias como naturais. Os debates mais urgentes que temos pela frente são aqueles que tomam estas expressões como o objeto de discussão. Precisamente porque a força insidiosa destas ideias consiste em se insinuarem como autoevidentes.


Não acredite em tudo o que pensa. Mitos do senso comum na era da austeridade (ed. Tinta-da-china) é uma obra que nasce das «Conversas sobre o Senso Comum», promovidas pela Cultra, e que reúne respostas aos mitos inquietantes que nos circundam e que sustentam a crença na inevitabilidade da solução austeritária.

Textos de: Ana Cordeiro Santos (Temos vivido acima das nossas possibilidades?), Ricardo Sequeiros Coelho (Gerir um país é como gerir uma casa?), José Castro Caldas (O Estado deve ser gerido como uma empresa?), Mariana Mortágua (Temos de pagar a dívida?), Elísio Estanque (O desemprego é uma oportunidade?), Francisco Louçã (Baixar os salários é o caminho para salvar a economia?), José Soeiro (Os direitos dos mais velhos estão a bloquear os dos mais novos?), Luís Fernandes (O que faz falta é sermos empreendedores?), Nuno Serra (Há professores a mais e alunos a menos?), António Rodrigues (Quem pode deve pagar mais pela saúde?), Sílvia Ferreira (A Segurança Social é insustentável?), Paulo Pedroso (O RSI é um estímulo à preguiça?), Catarina Martins (A Cultura pode viver do mercado?), Manuel Jacinto Sarmento (Na escola de antigamente aprendia‑se mais do que na de hoje?), Fernando Rosas (No tempo de Salazar é que era bom?), Maria José Casa-Nova (Os ciganos é que não querem integrar‑se?), Manuel Loff (A culpa é dos políticos?) e Miguel Cardina (Isto não vai lá com manifestações?).
Coordenação: José Soeiro, Miguel Cardina e Nuno Serra.

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