«Não me venham dizer que Portugal seguiu más políticas no passado e
que tem problemas estruturais profundos. Claro que tem, como todos os
países têm. Mas mesmo que se possa dizer que a situação de Portugal é
mais grave que a de outros países, como pode pensar-se que a forma para
lidar com esses problemas reside em condenar um elevado número de
trabalhadores disponíveis ao desemprego? A resposta para o tipo de
problemas que Portugal agora enfrenta, como já sabemos há muitas
décadas, é uma política monetária e fiscal expansionista. Mas Portugal
não pode adoptar essa política por conta própria, dado que já não dispõe
de moeda própria. Ou seja, das duas uma: ou o euro deve acabar ou algo
deve ser feito para que ele funcione. Porque aquilo a que estamos a
assistir (e que os portugueses estão a experienciar) é inaceitável.»
Paul Krugman, Pesadelo em Portugal
«No verão de 1976 Portugal era um lugar interessantemente estranho - estava ainda numa situação um pouco caótica, em resultado do golpe de Estado e da retirada do seu império africano (os hotéis estavam cheios de «retornados» vindos de África, aí colocados temporariamente). (...) O país era, em suma, fascinante, amável, mas ainda muito pobre. (...) Às vezes encontro europeus que dizem que as minhas duras críticas à troika e às suas políticas significam que eu sou anti-europeu. Pelo contrário: o projecto europeu, a construção da paz, da democracia e da prosperidade através da União é uma das melhores coisas que já aconteceu à humanidade. E é por isso que as políticas erradas, que estão a fragmentar a Europa, são uma enorme tragédia.»
Paul Krugman, Memórias portuguesas (triviais e pessoais)
Excertos dos dois artigos que Paul Krugman publicou ontem no The New York Times e cuja tradução pode ser lida na íntegra aqui e aqui. Dois artigos que surgem, ironicamente (ou não), no dia em que o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, veio de visita a Portugal.
http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2013/05/o-passado-e-um-pais-distante.html
Paul Krugman, Pesadelo em Portugal
«No verão de 1976 Portugal era um lugar interessantemente estranho - estava ainda numa situação um pouco caótica, em resultado do golpe de Estado e da retirada do seu império africano (os hotéis estavam cheios de «retornados» vindos de África, aí colocados temporariamente). (...) O país era, em suma, fascinante, amável, mas ainda muito pobre. (...) Às vezes encontro europeus que dizem que as minhas duras críticas à troika e às suas políticas significam que eu sou anti-europeu. Pelo contrário: o projecto europeu, a construção da paz, da democracia e da prosperidade através da União é uma das melhores coisas que já aconteceu à humanidade. E é por isso que as políticas erradas, que estão a fragmentar a Europa, são uma enorme tragédia.»
Paul Krugman, Memórias portuguesas (triviais e pessoais)
Excertos dos dois artigos que Paul Krugman publicou ontem no The New York Times e cuja tradução pode ser lida na íntegra aqui e aqui. Dois artigos que surgem, ironicamente (ou não), no dia em que o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, veio de visita a Portugal.
http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2013/05/o-passado-e-um-pais-distante.html
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