‘Quem somos quando avançamos? Que territórios visitamos? Que fronteiras
esbatemos?’ Assim se apresenta a obra ‘Matéria’ dos LST Lisboa String
Trio. Composto por José Peixoto, Bernardo Couto e Carlos Barretto, a
‘matéria’ elevada chegou-me por e-mail e não resisti a partilhar. Pela
consideração que tenho pelo talento de Bernardo Couto e pela osmose do
jazz com o fado, aliada à qualidade de José Peixoto e Carlos Barretto,
estou muito feliz por ter nascido este projeto nacional. Uma matéria com
grande sentido de reinvenção, para a nossa alma tocar o mundo.
Nas palavras dos LST, numa terra de dialectos de sangue é nessa
pureza de uma raça impura que se geram novas formas de expressão para
sentimentos intemporais. Novas cores, novos sabores. E é nesta paisagem
mestiça que aparecem propostas singulares como a música deste trio. A
música equidistante de várias tradições, sem as espelhar mas nelas
inspirada, desenvolvendo várias plataformas de intersecção onde os
músicos se podem exprimir livremente e semeá-las com as suas
identidades. Admitindo que estas duas palavras ou conceitos podem
existir sem sobressaltos, ‘jazz” e “português, o trio atreve-se a
construir a sua música nesse contexto poético e subjectivo do que pode
ser essa expressão em português ou dentro daquilo que se pode (se se
puder) definir como o seu sentir.Jazz português? Se fado fosse…